Nelsão da Força denuncia pressão da Volkswagen contra a vontade dos trabalhadores, que pedem a intervenção do Ministério Público do Trabalho
Vice-presidente do SMC resiste a ameaças e exige nova assembleia transparente, por aclamação, na porta da fábrica em São José dos Pinhais.
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Trabalhadores da Volkswagen se reúnem em frente à planta de São José dos Pinhais; assembleia anterior rejeitou a proposta por ampla maioria - Divulgação |
Um vídeo divulgado pelo WhatsApp neste fim de semana expôs a tensão dentro da planta da Volkswagen no Paraná. Nele, o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Nelson Silva de Souza — Nelsão da Força, afirma que a empresa tenta calar não apenas sua voz, mas a de toda a categoria, após a rejeição massiva da proposta nacional.
“O que estou aguardando, conforme os trabalhadores denunciaram ao Ministério Público e diretamente para mim, é que a Executiva do SMC e o MP atuem com urgência para respeitar a vontade da categoria e fazer uma nova assembleia, por aclamação, na porta da fábrica, para resolver o impasse.”— Nelsão da Força, vice-presidente do SMC
Do diálogo à pressão
Segundo o dirigente, após a assembleia presencial que rejeitou por mais de 95% a proposta negociada em âmbito nacional, foram relatadas novas investidas para realizar votação dentro da fábrica, com supervisão de cargos de confiança e sem a garantia de sigilo, contrariando o espírito do estatuto sindical e a prática histórica de deliberação em portas de fábrica.
Apelo ao Ministério Público do Trabalho
Nelsão afirma que trabalhadores já acionaram o Ministério Público do Trabalho e demandam que a Executiva do SMC assegure um processo transparente, aberto e presencial, na frente da unidade em São José dos Pinhais. “Mesmo que alguém mude de opinião, a decisão tem de nascer de um debate livre, sem vigilância e sem medo”, reforça.
Democracia operária não se negocia
O sindicato sustenta que propostas salariais e de condições de trabalho devem ser apresentadas com material explicativo, debatidas em assembleia na porta da fábrica e decididas por aclamação ou voto seguro, sempre assegurando a participação ampla e o direito de manifestação.
“Não aceito mordaças.” Me desrespeitam tentando me intimidar com o peso da autoridade. Mas não conseguirão. Sigo de cabeça erguida, ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras.
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Me desrespeitam, tentando me dobrar. Insultam minha dignidade. Tentaram me intimidar com o peso da autoridade. Mas não irão conseguir! Como dizia nosso grande líder Roberto Requião, citando Sidónio Muralha: “Parar, parar não paro. Esquecer, esquecer não esqueço. Se caráter custa caro, pago o preço!” — Nelsão da Força, vice-presidente do SMC
O que diz o Nelsão da Força
Procurado pela reportagem, o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), declarou que:
“O que estou aguardando (…) é que a Executiva do SMC e o Ministério Público trabalhem com urgência para respeitar a vontade dos trabalhadores e realizar nova assembleia, por aclamação, na porta da fábrica.”
Nelsão também divulgou um manifesto público, para os trabalhadores e conhecimento público: leia clicando aqui.
O ex-governador e senador Roberto Requião compartilhou o vídeo do Nelsão da Força, em suas redes sociais.
O que diz a Volkswagen do Brasil
Denuncias de "peixada", ou seja supostas contratações pela VW de parents, amigos e indicados da diretoria também têm chegado ao vice-presidente do SMC:
"Outra denuncia que estamos recebendo dos trabalhadores é a questão das 260 contratações ... A empresa agora está usando isso como moeda de troca, e a forma que estão usando como critério para contratar trabalhador é absurda: estão colocando filha de chefe, parente de chefe, amigo de chefe… ".”— Nelsão da Força, vice-presidente do SMC
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