Neoclassic DJ: a nova voz da música eletrônica brasileira que inspira com técnica, arte e alma
Na contramão do imediatismo da cena eletrônica contemporânea, um nome vem se firmando não apenas pelas batidas precisas e produções refinadas, mas por algo que poucos artistas conseguem traduzir com tanta naturalidade: a alma de uma época. Fernando Augusto Guimarães, conhecido como Neoclassic DJ, é o artista que tem provocado um verdadeiro movimento de renovação estética e conceitual na música eletrônica brasileira — unindo conhecimento técnico, referências históricas e uma entrega emocional rara. E o público tem respondido com entusiasmo: ele está fazendo um sucesso estrondoso, e não é por acaso.
Nesta quarta-feira, 30 de abril, Fernando será um dos destaques da programação da ABEM, promovida pela @aturebrasil, com uma palestra no Centro Europeu às 13h. Mais que um DJ ou produtor, ele se coloca como um pensador da música eletrônica — alguém que constrói narrativas sonoras e não apenas playlists de festa. Na conversa “Gravadoras na Música Eletrônica: Da assinatura ao lançamento”, ele falará sobre sua atuação à frente da @curarecords, gravadora @masaakisound, e compartilhará sua experiência com quem sonha viver da própria arte.
Mas é nos palcos, nas pistas e nos fones de ouvido que Fernando revela a essência de seu projeto artístico. Sua assinatura sonora é sofisticada, quase cinematográfica. Em uma recente explicação publicada em suas redes, ele desmonta o próprio processo criativo e mostra como cada detalhe das faixas que compõem seu novo EP é pensado com rigor quase cirúrgico: do arpejo melódico ao pluck percussivo; do pad atmosférico ao reese distorcido; da sutileza de um shake ao impacto emocional de um coro sintético. Tudo isso orquestrado com um propósito: tocar — e não apenas o corpo, mas também o espírito.
“Cada elemento tem uma função. Eu penso neles como se fossem pinceladas numa tela ou palavras num poema. O kick é o coração, o pad é o horizonte, o bassline é o chão onde tudo repousa”, explicou. Essa atenção à textura e à narrativa musical tem encantado artistas consagrados, que já demonstraram apoio a remixes como o da faixa “Estranha Calmaria”, da compositora BLANCAh. O trabalho de Neoclassic DJ transformou a música em um hino progressivo e envolvente, mantendo a elegância do original e acrescentando camadas que ampliam a emoção.
Mais do que produtor, Fernando é um contador de histórias. E isso não vem por acaso. Seu projeto tem raízes profundas no neoclassicismo, movimento artístico que, no século XVIII, buscou resgatar a simplicidade e os valores das civilizações da Antiguidade Clássica — especialmente a grega e a romana. “Há algo de muito atual no resgate dessas ideias. O neoclassicismo valoriza o equilíbrio, a razão, a clareza. Eu tento levar isso para a música, em contraste com o excesso e a artificialidade que às vezes dominam a cena eletrônica”, diz.
Seu som é, ao mesmo tempo, culto e acessível, técnico e sensível, moderno e atemporal. Ele constrói sets com uma progressão lógica, mas comovente — uma jornada. Cada transição, cada break, cada ambientação, é milimetricamente pensada para oferecer ao ouvinte não apenas uma experiência dançante, mas uma imersão emocional e intelectual.
É isso que faz de Fernando Augusto Guimarães um dos nomes mais relevantes da nova cena eletrônica nacional. Um artista que inspira jovens produtores a explorarem seus sentimentos e referências culturais. Um educador, que explica com paixão o que faz, sem mistificar. E um performer, que transforma conhecimento técnico em arte viva.
Se a música eletrônica brasileira precisava de um novo fôlego, encontrou no Neoclassic DJ uma força transformadora. E o mais bonito de tudo é perceber que, para ele, sucesso é dividir paixão — sem pressa, sem pose, sem filtro. Apenas som, verdade e conexão.
Nos vemos na pista. Ou, melhor, na história.


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