A extrema direita continua ativa e organizada. A democracia foi ameaçada e protegê-la exige boa vontade, vigilância, mobilização e ações coletivas
O governo Bolsonaro acabou há mais de dois anos, passou de rompante, mas as forças visíveis e invisíveis que o sustentaram seguem operando. O bolsonarismo não é um fenômeno isolado – ele faz parte de um movimento global, que busca minar a democracia, corroer direitos e consolidar o autoritarismo. O neofascismo, no Brasil, mesmo que hoje fora do governo federal, continua articulado, espalhando desinformação, atacando instituições, indivíduos, coletivos, e se articulando constantemente para tentar novamente, a cada cíclo eleitoral, voltar ao poder.
O que podemos fazer diante dessa ameaça? Resistir não é apenas reagir – é agir. Aqui estão 10 formas de ação para garantir que a gente siga no caminho da democracia e da justiça social.
1. Mantenha-se vigilante contra o extremismo
A derrota de Bolsonaro nas urnas não eliminou seu projeto autoritário. Milhares de grupos de extrema direita seguem ativos nas redes sociais, tentando descredibilizar a democracia, atacar o STF e espalhar mentiras sobre o governo. A desinformação é uma das armas mais poderosas do bolsonarismo e continua sendo usada, de maneira irresponsável, sendo produzida diariamente, em larga escala, para manipular a opinião pública.
Denuncie fake news, cobre ações contra discursos de ódio e não subestime a capacidade da extrema direita em se organizar para atacar as liberdades individuais e distorcer a realidade.
2. Proteja as minorias e combata a intolerância
O discurso de ódio contra LGBTQIA+, negros, indígenas, mulheres e usuarios de drogas foi amplificado nos últimos anos. Mesmo fora do governo, figuras da extrema direita continuam incentivando a violência e tentando retirar direitos dessas populações.
Fortaleça coletivos e organizações que atuam em defesa dos direitos humanos. A luta contra o fascismo passa pela garantia de um país mais justo e seguro para todos.
3. Defenda a liberdade de imprensa
O bolsonarismo ataca jornalistas, mina a credibilidade da imprensa e incentiva o assédio contra comunicadores. Ainda hoje, jornalistas que denunciam crimes da extrema direita são perseguidos.
Apoie veículos de comunicação independentes, consuma e compartilhe informações de fontes confiáveis. A democracia depende de um jornalismo forte e livre.
4. Pressione o Congresso e outras instituições
A extrema direita ainda tem força no Legislativo e tenta sabotar pautas progressistas. Bancadas conservadoras atuam para enfraquecer políticas sociais, ambientais e de direitos humanos.
Acompanhe votações, pressione parlamentares e participe de mobilizações. Política não acontece só de quatro em quatro anos e quem não gosta de política está condenado a ser comandado por aqueles que gostam.
5. Mobilize-se contra a influência militar e religiosa na política
O bolsonarismo aprofundou a presença das Forças Armadas, principalmente de militares reformados e integrantes de policias militares estaduais, no governo, incentivando discursos golpistas dentro da caserna e perseguição às minorias. Mesmo após os ataques de 8 de janeiro de 2023, setores militares seguem tentando proteger seus aliados e evitar punições.
Exija investigações e responsabilização de militares envolvidos em atos antidemocráticos e perseguicao às liberdades individuais. A democracia não pode conviver com ameaças de golpe e supressão de direitos humanos.
6. Organize-se contra a extrema direita nas redes e nas ruas
A direita radical soube ocupar espaços digitais e criar redes de influência. Seu discurso, baseado no medo e no ódio, mobilizou milhões. O campo progressista precisa disputar essa narrativa e fortalecer redes de resistência.
Engaje-se em coletivos, fortaleça movimentos sociais e ocupe espaços públicos e digitais. A luta contra o fascismo não acontece apenas no Congresso ou no Planalto, mas em cada cidade e comunidade.
7. Participe das eleições em todos os níveis
2026 parece distante, mas a extrema direita já está se organizando. Lembre-se de que já houveram eleições municipais em 2024 – e os bolsonaristas ainda conseguiram eleger prefeitos e vereadores para manter sua base ativa. Se você se identifica com os princípios da direita, mas não à direita extrema, odiosa, nefascista e neonazista, procure partidos e movimentos mais moderados, mais próximos da centro-direita.
Vote em candidatos comprometidos com a democracia, ajude na campanha de pessoas que tenham compromisso com a verdade, com a defesa das liberdades individuais, dos direitos humanos e sa democracia. Fiscalize o processo eleitoral.
8. Fortaleça a economia solidária e a justiça social
O fascismo cresce onde há desigualdade e desespero. Bolsonaro explorou o medo e a insegurança da população para se vender como solução. O bolsonarismo cria narrativas, faz ilaçoes irresponsáveis, demoniza o consumo de alcool e drogas, ataca o amor livre e a opção sexual para promover caçadas àquelas pessoas que em verdade são ad que mais precisam de apoio e ajuda A melhor forma de enfraquecer esse discurso é construir alternativas reais.
Apoie cooperativas, feiras populares, pequenos negócios e políticas de distribuição de renda. Solidariedade econômica é resistência. Participe de grupos de apoio às pessoas que abusam de álcool e drogas, Jamais ataque aquilo que lhe parece estranho mas é normal a outrem, Porque inclusive você mesmo não sabe aonde seus pés ou os de quem você ama podem pisar amanhã.
9. Não permita que a história seja apagada
O bolsonarismo tentou reescrever o passado, negando a ditadura, exaltando torturadores e espalhando mentiras sobre a história do Brasil. Agora, tentam minimizar os crimes do governo e dos ataques golpistas de 8 de janeiro. São pessoas e grupos que vivem totalmente fora da realidade, se apegando a valores ultrapassados, ao puritanismo e costumes feudais.
Mantenha viva a memória da resistência democrática e das lutas de classes. Ensine, escreva, debata, poste, publique. A verdade é um dos pilares contra o fascismo.
10. Cuide da sua saúde mental – a luta é longa
Resistir ao autoritarismo exige energia. O bolsonarismo tentou nos exaurir pelo cansaço, pelo ódio, pela sensação de impotência. Não podemos permitir que isso nos destrua. Eles hábeis em imprimir o medo e a sensação de impotência em seus adversários, usam técnicas fascistas como o gaslighting e nazistas como z propagação das fake news.
Encontre espaços de acolhimento, conecte-se com pessoas que compartilham seus ideais e tire momentos para descansar. A luta não é um sprint, mas uma maratona. Uma guerra é feita de muitas batalhas, e foi dessa forma que os aliados venceram os nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Bolsonaro saiu do governo, mas o bolsonarismo ainda é uma ameaça. A extrema direita se organiza, busca novos líderes e novas estratégias para oprimir a sociedade e retomar o poder. Impedir esse retorno exige participação ativa de todos que defendem a democracia e a liberdade.
Não podemos baixar a guarda. O futuro do Brasil e do mundo, nosso próprio futuro, depende do que fizermos agora.
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