terça-feira, 11 de março de 2025

Cessar-fogo à vista? Ucrânia aceita proposta dos EUA e aguarda resposta da Rússia

Negociações em Jeddah podem abrir caminho para um fim duradouro da guerra  

 
 

Após três anos de guerra, a Ucrânia deu um passo decisivo em direção à paz. Em uma reunião de alto nível na cidade de Jeddah, na Arábia Saudita, representantes ucranianos aceitaram uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia. A resposta do Kremlin ainda é uma incógnita, mas o gesto de Kiev reacende esperanças em meio a um conflito que já ceifou milhares de vidas e redesenhou o mapa geopolítico do leste europeu.  

A decisão ucraniana foi anunciada nesta terça-feira (11) após horas de negociações. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, confirmou a aceitação da proposta e reforçou que "a bola agora está no campo russo". O cessar-fogo proposto prevê uma paralisação total dos combates, incluindo ataques aéreos, marítimos e na linha de frente.  

"Essa é a única maneira de iniciar um processo real de negociação para uma paz duradoura", afirmou Rubio.

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, também destacou que as discussões abordaram não apenas a trégua temporária, mas também "o que será necessário para que a guerra termine permanentemente".  

EUA retomam apoio militar

A aceitação do cessar-fogo pela Ucrânia vem acompanhada de um gesto significativo de Washington: a retomada imediata do compartilhamento de inteligência e da "assistência de segurança" ao país. Esse suporte havia sido interrompido no dia 5 de março, aumentando a vulnerabilidade de Kiev diante dos avanços russos no leste do território.  

Nos bastidores, o fator Donald Trump também pesa. O ex-presidente, que busca um retorno à Casa Branca, tem sido crítico ao apoio militar à Ucrânia e demonstrou ceticismo sobre a viabilidade de um acordo de paz rápido. Ele e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, protagonizaram um debate tenso no final de fevereiro, no Salão Oval, refletindo as divergências sobre a condução do conflito.  

Zelensky: ‘A Ucrânia está pronta para a paz’

Em um vídeo divulgado após o anúncio, o presidente ucraniano  classificou a proposta como "positiva" e enfatizou que agora cabe aos Estados Unidos convencer a Rússia a aceitar o acordo.  

"A Ucrânia está pronta para a paz. A Rússia deve mostrar sua disposição para parar a guerra ou continuar a guerra. É hora da verdade completa", declarou Zelensky.  

Enquanto as negociações ocorriam em Jeddah, a guerra seguia com sua brutalidade diária. Na madrugada de terça-feira, três pessoas morreram em um ataque com drones na região de Moscou — segundo o governo russo, foi o maior ataque desse tipo desde o início do conflito.

Europa vê ‘passo importante’ 

Líderes europeus receberam a notícia com ceticismo moderado, mas também com esperança. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, escreveu no X (antigo Twitter): "Parece que os americanos e os ucranianos deram um passo importante em direção à paz".  

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que este "pode ser um passo em direção a uma paz abrangente, justa e duradoura para a Ucrânia". Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacou a importância do momento e reforçou que "todos precisam redobrar esforços para alcançar uma paz duradoura e segura o mais rápido possível".  

Mas a grande questão permanece: Moscou aceitará? Atualmente, a Rússia controla cerca de 20% do território ucraniano, incluindo as regiões do leste e do sul, anexadas após a invasão de 2022. Historicamente, o Kremlin tem rejeitado qualquer proposta que envolva a retirada de tropas desses territórios. 

O que vem agora?

O cessar-fogo de 30 dias pode ser o primeiro passo para um processo de paz mais amplo ou apenas uma pausa temporária antes de uma nova escalada militar. A resposta da Rússia nos próximos dias será determinante.  

Enquanto isso, para os milhões de ucranianos afetados pela guerra, cada dia sem bombardeios já é um alívio. E, para o mundo, a esperança de que essa trégua temporária possa se transformar no primeiro capítulo do fim definitivo do conflito.

Redação Sulpost, com auxílio de I.A.

  

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