domingo, 29 de dezembro de 2024

Lula e o déficit das estatais

O peso do déficit das estatais no governo Lula: um retrato de dilemas e contradições

Presidente Lula: Agência Brasil 


Nos bastidores do Brasil, um número ecoa: R$ 5,1 bilhões. Este é o tamanho do rombo acumulado pelas estatais federais entre 2023 e outubro deste ano, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central. Sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu terceiro mandato, as dificuldades financeiras dessas empresas públicas ressurgem como um dos desafios econômicos do país.

O déficit de R$ 4,45 bilhões em apenas 10 meses de 2023 representa o maior prejuízo desde que a série histórica foi ajustada pela inflação. A comparação inevitável surge: entre 2013 e outubro de 2014, sob a presidência de Dilma Rousseff, o rombo, ajustado pela inflação, chegou a R$ 3,1 bilhões – ainda assim, menor do que os números atuais.  

Dilrma: Déficit x Lucros Recordes

O governo, no entanto, defende uma perspectiva mais ampla. Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, os números de déficit não contam a história completa. Em nota, o órgão apontou que as 44 estatais federais e suas subsidiárias geraram um lucro líquido de R$ 197,9 bilhões em 2023. Além disso, recolheram R$ 49,4 bilhões em dividendos para o Tesouro Nacional, somados a R$ 78,7 bilhões repassados a acionistas privados.

Boa parte do déficit, diz o ministério, é explicada por investimentos realizados pelas empresas públicas, algo que, segundo a pasta, não pode ser confundido com prejuízo operacional.  

O passado como alerta

Ao incluir empresas como a Petrobras na análise, o panorama mais dramático foi vivido durante o governo Dilma, marcado por intervenções nos preços de combustíveis e escândalos de corrupção da Lava Jato. No entanto, o histórico também reflete como o peso das estatais pode transformar-se em um jogo de cifras que vai além das tabelas.

“Os resultados financeiros, isoladamente, não revelam a complexidade e os impactos sociais dos investimentos feitos pelas estatais”, defende o economista Thiago Lopesa. Para ele, o déficit pode indicar falhas de gestão, mas também precisa ser avaliado em termos de retorno ao país.

Impacto na vida real 

Por trás dos números, estão histórias humanas. Dos trabalhadores que dependem da eficiência dessas empresas aos cidadãos que se beneficiam dos serviços e obras financiados pelos investimentos das estatais, a saúde financeira do setor público federal é um reflexo direto da realidade brasileira.  

“Eu trabalho em uma estatal há 18 anos e nunca vi um momento tão incerto. O governo precisa mostrar para onde estamos indo”, diz João Paulo, técnico em manutenção de uma subsidiária de infraestrutura.  

O desafio para Lula é claro: equilibrar a necessidade de investimentos estratégicos, garantir transparência e evitar que déficits financeiros tornem-se sinônimo de desperdício ou má gestão. Afinal, em meio a números frios, é o cotidiano de milhões de brasileiros que está em jogo. 

Fonte: Direita Online - Edição: Stresser

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