Crise ambiental: Queimadas disparam e biomas brasileiros sofrem devastação. Os incêndios aumentaram 76% em 2024, segundo alerta emitido pelo Inpe
© MAYANGDI INZAULGARAT/IBAMA |
O Brasil enfrenta uma situação preocupante com o aumento expressivo no número de incêndios em 2024. De acordo com dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o país já registrou 226,6 mil focos de queimadas até o último domingo (13). Esse número representa um crescimento de 76% em relação ao mesmo período de 2023, evidenciando a gravidade da crise ambiental que se intensifica em diversos biomas brasileiros.
Nas últimas 48 horas, foram detectados mais de 2,3 mil focos de incêndio, sendo a Amazônia o bioma mais afetado, com 49,4% do total. A destruição no bioma amazônico levanta preocupações internacionais devido à sua importância para o equilíbrio climático global. O Cerrado, conhecido como a "caixa d'água do Brasil", também sofre com as queimadas, respondendo por 32,1% dos focos.
Entretanto, o Pantanal é o bioma que apresentou o aumento mais dramático. Embora tenha registrado 6% do total de incêndios no país, a região observou um crescimento impressionante de 1.240% no número de queimadas em comparação a 2023. O aumento alarmante é atribuído tanto ao agravamento das condições climáticas quanto à ação humana, com práticas como o desmatamento e o uso descontrolado do fogo em atividades agrícolas.
Especialistas apontam que as mudanças climáticas, associadas à falta de políticas efetivas de preservação, agravam o cenário. O diretor do Inpe, Rodrigo Valverde, destaca que o aumento das queimadas não é apenas sazonal, mas reflete um descontrole maior nas políticas ambientais do país: "O Brasil está enfrentando uma combinação de fatores que ampliam os focos de incêndio. Além das questões climáticas, há também um avanço do desmatamento que contribui para essas condições", afirma.
Com a gravidade da situação, ambientalistas e ONGs têm alertado sobre as consequências de curto e longo prazo, como a perda de biodiversidade, impactos no ciclo hidrológico e nas emissões de gases de efeito estufa. A situação atual também coloca em risco comunidades indígenas e tradicionais, que são diretamente afetadas pelos incêndios.
O governo federal tem sido pressionado a intensificar as ações de controle e fiscalização para combater os incêndios, mas críticos alegam que as medidas ainda são insuficientes frente à crescente destruição. A expectativa é que o aumento na conscientização pública, aliada a esforços mais robustos, possa ajudar a reverter essa tendência. Contudo, o cenário para 2024 já mostra que o desafio é grande e urgente.
Ronald Stresser, com informações da AB e INPE.
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