sábado, 8 de novembro de 2025

Tornado arrasa cidade no Paraná: governo estadual age prontamente e Lula envia ministros para reforçar apoio às vítimas

Tragédia em Rio Bonito do Iguaçu deixa mortos, feridos e milhares de desabrigados; governo estadual lidera ações iniciais e governo federal envia equipe de apoio com Gleisi Hoffmann e Adriano Massuda

Por Ronald Stresser — 08 de novembro de 2025

Em primeiro plano, Carlos Carboni, Sezar Bovino, Gleisi Hoffmann e Luciana Rafagnin chegam ao local dos eventos de clima extremo - D'Ponta News/Reprodução

O Paraná amanheceu em estado de choque neste sábado (8). Uma noite de ventos extremos, trovões e destruição marcou a passagem de um tornado de categoria F3, com rajadas de até 250 km/h, que devastou o município de Rio Bonito do Iguaçu, a cerca de 400 quilômetros de Curitiba. O fenômeno — raro no Brasil, mas cada vez mais frequente diante das mudanças climáticas — deixou seis mortos, mais de 400 feridos e milhares de desabrigados.

De acordo com a Defesa Civil do Paraná, cerca de 90% da área urbana da cidade foi atingida. Casas, escolas, comércios e hospitais colapsaram em poucos minutos. O secretário de Saúde, Beto Preto, descreveu um cenário de colapso completo: “As estruturas de saúde estão todas comprometidas. Um grande movimento das prefeituras do entorno somou uma força-tarefa para manter o atendimento”.

Até o início da tarde deste sábado, 750 pessoas haviam sido atendidas em unidades de saúde da região. Casos graves foram encaminhados para o Hospital Universitário de Cascavel e o Hospital Regional de Guarapuava. Quatro pacientes precisaram passar por cirurgias de emergência.

Reação imediata do governo estadual

O governador Ratinho Junior chegou a Rio Bonito do Iguaçu ainda nas primeiras horas da manhã e foi recebido pelo prefeito Sezar Bovino . No local, decretou estado de emergência e firmou parceria com o Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) para acelerar o levantamento dos danos estruturais e antecipar o plano de reconstrução das moradias.

“A cidade está praticamente destruída, o que torna impossível fazer um levantamento detalhado neste momento”, disse o prefeito Sezar Augusto Bovino. “Vamos ajudar as famílias de alguma forma — com crédito, reconstrução ou cobertura de prejuízos. Nosso povo vai resistir.”

A Copel trabalha para restabelecer a energia em mais de 60 mil residências que ficaram sem luz após o ciclone extratropical que acompanhou o tornado. O governo estadual também enviou reforços da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e das equipes de assistência social para garantir abrigo, mantimentos e acolhimento aos desalojados.

Presença federal e apoio humanitário

Poucas horas após o desastre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade às famílias das vítimas e determinou o envio de equipes da Defesa Civil Nacional e da Força Nacional do SUS para reforçar as ações estaduais.

“Quero expressar meu profundo sentimento a todas as famílias que perderam seus entes queridos no tornado em Rio Bonito do Iguaçu e em Guarapuava, e prestar minha solidariedade a todas as pessoas afetadas”, publicou Lula nas redes sociais.

A comitiva federal é liderada pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e pelo ministro interino da Saúde, Adriano Massuda. Paranaense, Gleisi retorna ao seu estado de origem para acompanhar o drama de perto — não apenas como ministra, mas como cidadã e mãe. “A missão é levar apoio do governo do Brasil às vítimas do tornado, com socorro e ajuda humanitária, além de iniciar os procedimentos para auxiliar na reconstrução”, afirmou.

O Ministério da Saúde confirmou o envio de uma equipe da Força Nacional do SUS com especialistas em saúde mental, gestão de desastres e logística hospitalar para reativar os serviços locais e garantir acolhimento psicossocial às vítimas. Enquanto isso, meteorologistas alertam para uma massa de ar frio que deve derrubar as temperaturas, agravando a necessidade de abrigos e mantimentos.


Um retrato das mudanças climáticas

O tornado no centro-sul do Paraná ocorre justamente enquanto o Brasil sedia uma conferência mundial sobre o clima, em meio a debates sobre a intensificação dos fenômenos extremos. Especialistas do Simepar associam o evento à combinação de ar quente e úmido com uma frente fria intensa — cenário cada vez mais recorrente devido ao aquecimento global.

A ministra Gleisi Hoffmann defendeu união e empatia diante do sofrimento coletivo. “É hora de somar esforços, de estar junto do nosso povo”, disse. O governador Ratinho Junior também reforçou: “Não há espaço para disputas, mas para reconstrução e solidariedade”.

Entre escombros e lágrimas, o povo paranaense mostra o que o vento não levou: a força coletiva de quem, mesmo sob o frio e o medo, encontra na solidariedade o primeiro alicerce da reconstrução.

Edição: Ronald Stresser — Redação Sulpost, com informações da Agência Brasil, Simepar e Agência Estado do Paraná de Notícias (AEN)

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Jornalista responsável: Ronald Stresser

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