terça-feira, 7 de outubro de 2025

Trabalhadores do SINDIMAQ e SINDIMETAL autorizam SMC a iniciar negociação coletiva

Trabalhadores do SINDIMAQ e SINDIMETAL autorizam SMC a iniciar negociação coletiva - o Sindicato vai continuar negociando, empresa por empresa, melhores P&Rs, melhores vale-mercados e redução de jornada com o fim da jornada 6x1

Por Ronald Stresser — Sulpost

FETIM representará metalúrgicos sem acordo por empresa na convenção coletiva - SMC/Divulgação
 

Na noite de 6 de outubro, o que começou como ato formal ganhou a textura humana da esperança coletiva. Trabalhadores e trabalhadoras ligados ao SINDIMAQ e ao SINDIMETAL se reuniram em assembleia e chegaram a uma decisão que carrega além do papel: a confiança de quem sabe que, quando as vozes se unem, mudam as rotinas que moldam a vida. A assembleia autorizou o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) a abrir negociações coletivas diretamente com as empresas e aprovou que a Federação dos Metalúrgicos do Paraná (FETIM) represente, na convenção, aqueles que ainda não têm acordo por empresa.

Era possível ver nos rostos a mistura de cansaço e determinação — dias longos, labutas repetidas, contas no fim do mês — e a vontade de transformar isso em reivindicação organizada. Para muitos presentes, a decisão representa a chance de converter demandas cotidianas em direitos assegurados.

Uma convocação clara: participação é o que garante mudança

O presidente da FETIM e do SMC, Sérgio Butka, assumiu o centro do diálogo e falou com franqueza. Sua fala, repleta de chamada direta ao trabalhador, deixou claro o caminho que será trilhado: negociação com empresas, atenção especial a quem não tem acordo e mobilização constante da categoria.

“Oi, trabalhador metalúrgico. Acabamos de formatar aqui, em assembleia, uma nova pauta para negociar com o SINDIMAQ e o SINDIMETAL para este ano. Principalmente a você que não tem acordo na sua empresa. É muito importante que essa pauta possa ser desenvolvida em cada uma das empresas, mas o que foi decidido é que a FETIM vai representar todos os trabalhadores que não têm acordo na empresa.” 

Butka lembrou também que o trabalho do sindicato continuará sendo feito empresa a empresa — para negociar melhores Programas de Resultados (P&R), vales-mercado mais dignos, e, principalmente, avançar na redução da jornada de trabalho, tema que volta com força às mesas de negociação.

“O Sindicato vai continuar negociando, empresa por empresa, para negociar melhores P&Rs, melhores vale-mercados, redução de jornada, e agora tem a jornada de 6 por 1, muito importante. Tudo isso se negocia com envolvimento. Se não participar, você vai acabar mantendo jornadas de 44 horas e somente o NPC como registro. Por isso, trabalhador, venha conosco. Vamos reforçar essa luta, junto contigo. Tamo junto!” 
Sindicalistas e dirigentes do SMC escutam atentamente a fala do presidente Sérgio Butka - SMC/Nelsão da Força

O que isso significa na prática

A autorização para que o SMC negocie com as empresas abre duas frentes: a atuação pontual, buscando avanços locais em cada planta e empresa; e a representação federativa da FETIM para quem hoje não tem acordo. Na vida real, isso quer dizer maior cobertura, menos vulnerabilidade e mais instrumentos formais para assegurar direitos.

Para a base, a mensagem foi inequívoca: a transformação depende da participação. Ganhos concretos — redução de jornada, melhores P&Rs, vales-mercado que façam diferença — só avançam com organização e pressão coletiva.

Vozes que constroem a pauta

Trabalhadores relataram que, além das negociações salariais e benefícios, há urgência em discutir condições de trabalho mais humanas: turnos que permitam vida fora da fábrica, cartões de registro que reflitam a realidade e P&Rs que valorizem quem produz. A representação ampliada pela FETIM é vista como caminho para levar esses relatos à mesa com força.

O desafio que está adiante

Há caminho e há trabalho. Transformar a deliberação da assembleia em avanços efetivos dependerá da capacidade de dialogar e da determinação em manter a mobilização. Para que a representação federativa não seja só um título, será preciso traduzir demandas locais em propostas claras, sustentadas por dados e testemunhos, e pressionar para que elas se tornem norma e proteção.

Em um país onde acordos coletivos moldam o cotidiano de milhares de famílias, a decisão tomada em 6 de outubro é um gesto de cuidado coletivo: a afirmação de que ninguém precisa ficar sem representação e de que a mudança é, antes de tudo, fruto de união e coragem.

Fonte: SMC - Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba - Presidente Sérgio Butka 

Publicado no Sulpost — Para críticas, sugestões e informações adicionais, escreva para sulpost@outlook.com.br.

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