Mais Médicos: reforço de quase 1,5 mil profissionais começa nesta quarta-feira (27)
Por Ronald Stresser - Sulpost
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Mais Médicos - Fernando Frazão/Agência Brasil |
Nesta quarta-feira (27), o Sistema Único de Saúde (SUS) ganha um reforço fundamental. Quase 1,5 mil médicos selecionados pelo programa Mais Médicos iniciam sua atuação em 987 cidades brasileiras e 23 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). O movimento representa mais do que números: é a chegada de novas mãos, olhares e corações dedicados à saúde da família e à atenção primária, em comunidades que muitas vezes sofrem com a ausência de assistência médica.
Ao todo, 1.446 médicos vão integrar equipes de Saúde da Família e outros 53 atenderão em áreas indígenas. A distribuição reflete as desigualdades do território brasileiro: 443 profissionais se dirigem ao Nordeste; 235 ao Norte; 100 ao Centro-Oeste; 461 ao Sudeste; e 259 ao Sul. Cada chegada carrega expectativas, sobretudo em municípios pequenos e em regiões onde a distância da capital também significa distância de direitos.
Atualmente, cerca de 26,4 mil profissionais já atuam em mais de 4,5 mil municípios pelo programa. A meta do governo é ousada: alcançar 28 mil médicos até 2027. Para quem vive em comunidades distantes, esse número não é apenas estatística — é a diferença entre conseguir atendimento ou percorrer horas de estrada em busca de um posto de saúde.
Intercambistas: a força da diversidade
Dos recém-selecionados, a maioria, 1.139 médicos, possui registro em Conselhos Regionais de Medicina (CRM) e deve começar a jornada de trabalho entre esta quarta-feira (27) e 5 de setembro. Já outros 359 profissionais compõem o grupo de intercambistas, formado por brasileiros graduados no exterior e estrangeiros licenciados para atuar em outros países. Esses profissionais participarão, a partir de novembro, do Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv).
O treinamento do MAAv é decisivo: prepara os médicos para enfrentar situações de urgência e emergência, além de capacitá-los no enfrentamento de doenças prevalentes nas regiões onde irão atuar. É um mergulho profundo no cotidiano do SUS, que exige não apenas técnica, mas também sensibilidade para lidar com realidades culturais e sociais diversas.
Saúde como esperança
Em comunidades indígenas, ribeirinhas e periféricas, a chegada de um médico muitas vezes representa mais do que atendimento: simboliza dignidade, reconhecimento e esperança. O programa Mais Médicos tem sido uma ponte entre o direito à saúde e a vida concreta de milhões de brasileiros.
Enquanto os novos profissionais iniciam suas jornadas, o Brasil reafirma a importância do SUS como uma das maiores conquistas sociais do país. Afinal, quando um médico chega a uma cidade distante, não é apenas um jaleco que desembarca — é a presença do Estado onde ele é mais necessário.
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