No cenário sem Ratinho Júnior, o deputado Alexandre Curi ficaria com a segunda vaga ao Senado; Moro poderia vencer no primeiro turno, diz Paraná Pesquisas
A corrida pelas duas vagas ao Senado Federal, pelo Paraná, começa a ganhar forma. O Instituto Paraná Pesquisas divulgou quinta-feira passada (27) um levantamento detalhado com os possíveis cenários para as eleições do ano que vem. Se o pleito fosse hoje, o governador Ratinho Júnior (PSD) e o ex-governador Roberto Requião (sem partido), que liderariam a disputa ao senado, ficariam com as vagas.
Selo diamante
Conforme o levantamento, o governador Ratinho Júnior aparece isolado em primeiro lugar com 47,8% das intenções de voto, enquanto Requião ficaria com a segunda vaga, somando 31,7% das intenções de voto. Em seguida, aparece a jornalista e ex-candidata à Prefeitura de Curitiba Cristina Graeml (Podemos), com 18,8%, seguida de perto pelo deputado federal Filipe Barros (PL), que alcançou 16,5% da preferência dos eleitores.
A pesquisa também incluiu o nome do ex-procurador da lava-jato Deltan Dallagnol (Novo), com 14,3%, do deputado federal Pedro Lupion (PP), que alcançou 9%, e, na lanterninha o petista Zeca Dirceu (PT), que tem 8%.
A pesquisa, realizada entre os dias 22 e 25 de fevereiro, ouviu 1.652 eleitores em 64 municípios paranaenses e tem margem de erro de 2,5 pontos percentuais. O resultado reforça um embate entre dois perfis políticos opostos, mas com forte apelo popular, o que reflete, inclusive o studl cenário nacional, de polarização extrema.
Ratinho Jr. e Requião: os favoritos
O favoritismo de Ratinho Júnior se sustenta na alta aprovação de seu governo e na possibilidade de ele transferir votos para aliados em outras frentes da disputa eleitoral. No entanto, há um fator que pode mudar completamente a configuração da corrida: a possível candidatura do governador à Presidência da República em 2026.
Se Ratinho Jr. optar por disputar o Palácio do Planalto, o cenário para o Senado muda drasticamente. Sem ele na corrida, Requião salta para a liderança com 33,6% das intenções de voto, seguido pelo presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Alexandre Curi (MDB), que ficaria com 26,5% dos votos. Cristina Graeml (22,2%) e Filipe Barros (20,6%) também cresceriam com a ausência do atual governador na disputa ao Senado.
A força de Requião
Aos 83 anos, mas em plena forma, Roberto Requião mantém uma presença robusta na política paranaense. Três vezes governador e com uma longa trajetória no Senado, sua marca segue forte entre os eleitores que valorizam um discurso nacionalista, voltado para políticas sociais e defesa de estatais. Seus aliados mais próximos o veem como um Rolling Stone da nossa política, um verdadeiro mito sagrado da política paranaense.
Mesmo que embora ainda sem sigla definida, a candidatura de Requião ao Senado parece consolidada. Geralmente são os partidos que lutam para tê-lo em seus quadros, e não ao contrário, como imaginou o PT, que viu a prefeitura de Curitiba escorregar por entre os dedos das mãos nas eleições municipais de 2024. A boa colocação de Roberto Requião na pesquisa reflete o peso da tradição que o seu nome carrega, principalmente entre o eleitorado mais esclarecido e, em especial, nas cidades do interior do estado, onde suas gestões à frente do governo deixaram um impacto positivo e duradouro.
Além disso, a possível saída de Ratinho Jr. da disputa estadual abre espaço para Requião se tornar o grande favorito da eleição ao Senado, podendo assim ainda atrair apoios estratégicos e costurar alianças com setores do MDB, sua antiga legenda, e até de legendas mais à esquerda. Ventila-se nos bastidores que o ex-governador, prefeito e senador está num namoro firme com o PDT, do também presidenciável Ciro Gomes.
Jogo político em aberto
Por enquanto a pesquisa revela um panorama inicial, pois o cenário ainda está longe de ser definido. A decisão de Ratinho Jr., sobre sua candidatura nacional, pode redesenhar completamente o mapa político do estado. Caso ele dispute o Senado, é favorito absoluto para uma das vagas; se decidir concorrer à Presidência, abre espaço para novos protagonistas, tornando a disputa imprevisível.
Além disso, outros nomes podem emergir nos próximos meses, especialmente se houver movimentações estratégicas dos partidos no que tange a eleger o primeiro Presidente da República paranaense. Figuras como Sérgio Moro (União Brasil), que lidera para o governo estadual, e Alexandre Curi, que desponta na disputa ao Senado, mas que não descarta disputar o governo do estado, ou seja, um cenário sem Ratinho, pode mexer no equilíbrio da corrida.
Faltando mais de um ano para a definição das candidaturas, o que já se sabe é que a disputa pelo Senado no Paraná promete ser intensa, com protagonistas experientes e um eleitorado que costuma surpreender nas urnas.
Ronald Stresser, de Curitiba.
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