Missão de Sunita Williams e Butch Wilmore foi estendida após falhas na Starliner; astronautas garantem que não há risco nem sensação de abandono
Ao embarcar para a Estação Espacial Internacional (ISS), em junho de 2024, Sunita Williams esperava retornar em apenas dez dias, seu colega de missão, o também astronauta da NASA Butch Wilmore também. O que nem eles nem a NASA previa é que ocorreriam falhas técnicas na cápsula Starliner, da Boeing, mudaram completamente o o planejamento da missão. O que era para ser uma missão curta acabou se transformando em uma estadia que já ultrapassa nove meses.
Enquanto o casal de astronautas aguarda o retorno, previsto para este mês de março de 2025, fazem questão de esclarecer uma questão: eles não estão "presos" no espaço. Nos últimos meses, especulações sobre a demora no retorno alimentaram teorias de que a dupla estaria ilhada na ISS, sem opção para voltar à Terra com segurança. Mas, de acordo com esclarecimentos dos próprios astronautas, isso não é verdade.
"Se tivéssemos que voltar imediatamente, sempre tivemos opções para isso", afirmou Wilmore em uma entrevista à CNN. "Essa foi uma decisão técnica e planejada. Não nos sentimos abandonados, nem presos."
Problemas técnicos e troca de espaçonave
A origem da extensão da missão remonta ao momento do acoplamento da Starliner na ISS, quando a nave apresentou falhas em seus propulsores. Diante desse problema, a NASA optou por uma análise mais profunda antes de autorizar um novo voo tripulado na cápsula.
Por essa sucessão de imprevistos a duple de astronautas da NASA permaneceu a bordo da ISS. Desde então eles seguem uma rotina de experimentos e treinamentos com vista a missões futuras. Como parte do plano de rodízio da tripulação, a NASA decidiu que eles retornariam com a Crew-9 a bordo da cápsula Dragon da SpaceX, cuja confiabilidade já foi comprovada em várias missões.
Originalmente, a Crew-9 deveria aguardar a chegada da Crew-10 para iniciar os preparativos de regresso à Terra, entretanto o cronograma foi ajustado para otimizar a missão. A Crew-10 agora está com o lançamento agendado para 12 de março, e Williams e Wilmore devem retornar no final do mês, aproximadamente uma semana depois.
A resposta dos astronautas sobre estarem “encalhados”
A teoria de que os astronautas estavam "presos" no espaço ganhou força nas redes sociais, e, inclusive, nas declarações de alguns políticos. No entanto, a NASA e os próprios astronautas descartaram essa teoria, afirmando que nunca houve risco.
"Nós nos adaptamos, seguimos nossa rotina e aproveitamos essa oportunidade para continuar o trabalho científico aqui na estação", explicou Williams à CNN.
Wilmore complementou:
"Nosso trabalho é estar preparados para qualquer situação. Faz parte do voo espacial humano lidar com imprevistos. Viemos para ficar pouco tempo, mas estávamos prontos para ficar muito mais."
A segurança da tripulação é sempre prioridade máxima para a NASA, e a agência mantém protocolos rígidos para garantir que qualquer astronauta na ISS tenha meios de voltar à Terra em caso de necessidade urgente.
O retorno e os próximos passos
Apesar do atraso, os astronautas garantem que a experiência foi enriquecedora. "Essa missão nos ensinou muito sobre adaptação, paciência e trabalho em equipe. Estamos prontos para voltar, mas também gratos por tudo o que vivemos aqui", finalizou Williams.
Ronald Stresser, da redação.
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