quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Perícia de piloto evita tragédia no Nordeste

Uma tempestade no ar: voo da Azul enfrenta momentos de tensão e um pouso heróico

 
Airbus A320 - Azul Linhas Aéreas

 

A tarde de ontem (19), vai ficar gravada na memória dos passageiros e tripulantes do voo AD4781 da Azul, e serve como lição de voo para tempos de emergência climática. O que era para ser um trajeto comum entre Campinas (SP) e São Luís (MA),  um voo seguro pelo céu do Nordestr brasileiro, se transformou numa odisseia. Em meio a condições climáticas extremas, a experiência e a serenidade da tripulação foram fundamentais para evitar uma possível tragédia.

O voo transcorria normalmente até sua aproximação final com o Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado, na capital maranhense. Foi quando o Airbus A320 da Azul encontrou uma parede de nuvens densas, fo tipo cumulonimbus, ventos superiores a 35 km/h e chuvas torrenciais. O comandante, ao avaliar que as condições eram adversas e arriscadas demais para um pouso seguro, decidiu desviar a aeronave para o Aeroporto Senador Petronio Portela, que serve Teresina (PI), onde ele esperava encontrar melhor visibilidade e menos turbulência.

Mas as condições climáticas também não colaboraram para a tentativa de pouso na capital piauiense. Após duas tentativas de pouso frustradas, a tensão dentro da cabine - e entre os passageiros - aumentava a cada minuto. O que antes era um desvio prudente se tornou uma corrida contra o tempo e contra os níveis de combustível da aeronave, que aquela altura atingiam um ponto crítico. Foi então que o comandante declarou emergência ao controle de tráfego aéreo: "4871 informa mayday fuel" — um código que indica que restavam menos de 30 minutos de autonomia de voo para a aeronave.

Os passageiros, atônitos, seguravam as mãos uns dos outros. Entre preces silenciosas e olhares aflitos, confiavam que a tripulação encontraria uma solução, e, as preces foram ouvidas, encontrou. O controle aéreo sugeriu ao comandante da Azul o aeroporto de Parnaíba (PI) como alternativa, o Aeroporto Internacional João Silva Filho, onde o tempo estava mais ameno. O comandante não hesitou: desviou imediatamente a rota e conduziu a aeronave em uma descida precisa e calculada, usando praticamente todo combustível restante nos tanques do Aitbus.

Às 17h49, o avião finalmente tocou o solo do aeroporto de Parnaíba. Alívio. Palmas. Respirações profundas. Agradecimentos a Deus. Era o fim de um capítulo de tensão e o início de um profundo reconhecimento pelo trabalho impecável da tripulação, e, em especial do comandante da aeronave. Com o reabastecimento concluído, o voo pode prosseguir para o destino, São Luís, onde os passageiros desembarcaram com a sensação de terem vivido uma experiência da qual jamais vão se esquecer.

Em nota oficial, a Azul Linhas Aéreas esclareceu que todas as medidas tomadas seguiram protocolos de segurança e foram necessárias para garantir o bem-estar de todos a bordo. A companhia reforçou que a segurança é seu principal compromisso e que todos os passageiros receberam a assistência adequada conforme as normas da Anac.

O incidente não destacou apenas os desafios enfrentados pela aviação comercial nos casos,  cada vez mais comuns, de condições climáticas adversas, também refletiu a importância da preparação de pilotos e tripulação. Graças à perícia dos profissionais a bordo, um voo que poderia ter se transformado em mais uma tragédia, no já turbulento ano de 2025, tornou-se um exemplo de profissionalismo e competência.

Ronald Stresser, da redação.

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