quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Peso argentino em alta

Peso argentino começa 2025 como moeda mais valorizada frente ao dólar

 
 

Em um cenário global marcado por volatilidade econômica e incertezas políticas, o peso argentino, moeda da Argentina, deu um surpreendente início de 2025, destacando-se como a que mais se valorizou em relação ao dólar americano. O desempenho de 2024, que fez o peso crescer 44,2% frente a uma cesta de moedas de seus principais parceiros comerciais, coloca a moeda do país vizinho em um patamar raro, liderando as principais valorizações do mercado global.

Essa marca é ainda mais impressionante considerando o histórico econômico recente da Argentina, que enfrenta uma inflação anual de três dígitos e uma crise cambial prolongada. Mas, entre janeiro e novembro de 2024, o peso conseguiu superar o impacto da alta inflação, destacando-se especialmente na comparação com a lira turca, que também teve um desempenho positivo, mas ficou bem abaixo, com 21,2% de valorização.

A ascensão do peso argentino em 2024 tem um impacto direto na vida da população, trazendo alívio para muitos. A alta do peso resultou em um aumento substancial no poder de compra. O salário médio no país, por exemplo, dobrou, alcançando cerca de US$ 990, ou aproximadamente R$ 6.130, na cotação paralela entre dezembro de 2023 e outubro de 2024. Para um país que vinha lidando com uma desvalorização constante de sua moeda, a mudança de cenário foi um respiro importante para os argentinos.

No entanto, os desafios permanecem. Apesar da valorização do peso, o Banco Central da Argentina enfrenta uma árdua batalha para reconstruir suas reservas internacionais, que estão quase no nível mais baixo. Isso ocorre devido ao elevado custo para sustentar o valor da moeda, que requer uma quantidade significativa de dólares para ser mantido. Isso leva muitos analistas a questionarem a viabilidade do modelo atual de política cambial adotado pelo governo de Javier Milei, cuja imagem tem se fortalecido com essa conquista monetária, mas que ainda precisa enfrentar a dura realidade das finanças do país.


Martín Rapetti, diretor do think-tank Equilibra, lembra que, nos últimos 54 anos, a taxa de câmbio média da Argentina foi de 1.510 pesos por dólar, ajustada pela inflação. Hoje, com o peso cotado em cerca de 1.050 por dólar, o país se encontra em um território financeiro instável, e o futuro permanece incerto. O grande desafio da Argentina será encontrar um equilíbrio entre a valorização de sua moeda e a sustentabilidade desse crescimento.

Em meio à comemoração pela recuperação momentânea da moeda, a população e os economistas se perguntam: até quando o peso poderá se manter forte? O mundo aguarda, com cautela, os próximos capítulos dessa história cambial que, para muitos, se desenrola com um toque de esperança, mas também com uma sombra de receio sobre sua durabilidade. No fechamento dessa matéria 1 peso argentino estava valendo U$D 0,00097.

Ronald Stresser, da redação.

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