População de Damasco celebra a liberdade: queda do regime de Bashar al-Assad marca o fim de uma era de tirania na Síria
Regime da Síria colapsa enquanto rebeldes tomam a capital Damasco - CNN/Reprodução |
A manhã deste domingo (8) amanheceu diferente em Damasco. Pela primeira vez em décadas, o céu da capital síria parecia mais leve, como se a própria cidade respirasse aliviada. Depois de 24 anos de repressão sob o regime de Bashar al-Assad, forças rebeldes tomaram o controle da cidade, declarando-a "livre", segundo informações da CNN e da Agência Reuters.
Assad, conhecido por sua brutalidade, fugiu do país. O líder, responsável por ataques químicos contra civis, tortura sistemática e o massacre de opositores, deixou para trás um legado de destruição. Mas neste dia, entre as ruas ainda marcadas por anos de guerra, o povo celebrava.
Fim de uma era de opressão
O regime de Assad não caiu sozinho. Ao longo dos últimos anos, seu governo foi sustentado por alianças com potências como Rússia, Irã e grupos alinhados a uma visão autoritária do poder. Na América Latina, líderes da esquerda, incluindo integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil, demonstraram simpatia ao ditador, assim como fazem quando apoiam a tirania de Nícolas Maduro na Venezuela, alimentando críticas sobre seu comprometimento com a liberdade e os direitos humanos.
"Perdemos muitos amigos e familiares, mas hoje estamos começando a recuperar nossa dignidade", disse Fadi, um professor de 42 anos, enquanto observava sua filha pequena correr pela praça central de Damasco, algo que ele jamais imaginou ser possível.
Assad, que assumiu o poder após a morte de seu pai em 2000, governou com mão de ferro, tentando esmagar qualquer oposição. A notória Prisão Militar de Saydnaya, conhecida por seus horrores, simbolizava o regime: um lugar onde vozes dissidentes eram silenciadas de forma brutal. Agora, com sua libertação, milhares de presos políticos finalmente podem sonhar com um futuro melhor.
O despertar da esperança no Oriente Médio
A queda do regime de Assad é um marco não apenas para a Síria, mas para toda a região. Em uma declaração, o Comando de Operações Militares dos rebeldes afirmou: "Declaramos a cidade de Damasco livre do tirano Bashar al-Assad. Para os deslocados em todo o mundo, uma Síria livre os aguarda."
Ainda assim, desafios enormes permanecem. O país, devastado por 13 anos de guerra civil, está dividido não apenas geograficamente, mas também social e politicamente. Grupos como o Hayat Tahrir al-Sham, que lideraram parte da resistência, enfrentam agora a difícil tarefa de unificar uma nação profundamente ferida.
Ahmed al-Sharaa, líder rebelde que pela primeira vez usou seu nome real em vez do pseudônimo de guerra, pediu calma e respeito: "Este é um momento de reconstrução, não de vingança. Precisamos de união."
Lições para o Ocidente
A queda de Assad não é apenas um capítulo sírio; é também um alerta ao mundo. Apoiadores de regimes autoritários, muitas vezes mascarados como defensores da soberania ou do anti-imperialismo, colocam em risco as liberdades fundamentais. Governos como o do Brasil, que mantiveram proximidade com o regime de Assad, agora enfrentam perguntas difíceis sobre onde realmente estão seus compromissos democráticos.
Para o Ocidente, é um momento de reflexão. Enquanto algumas lideranças, como Donald Trump, enfatizaram a necessidade de limitar a influência de regimes autoritários, outras nações falharam em agir. A demora em apoiar o povo sírio permitiu que a tragédia se prolongasse.
Um novo capítulo para a Síria
Nas ruas de Damasco, pessoas de todas as idades se reuniram para celebrar. Aisha, de 34 anos, segurava uma bandeira improvisada enquanto lágrimas escorriam por seu rosto. "Por anos, eu sonhei com este dia. Perdi tudo, mas nunca a esperança. Hoje, somos livres."
A reconstrução será um desafio monumental, mas a liberdade conquistada com tanto sacrifício dá ao povo sírio um novo começo. Este dia não marca apenas o fim de uma era de tirania, mas o início de um futuro onde a democracia, embora frágil, pode finalmente florescer.
Stresser, com informações de Reuters e CNN.
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