Café: preço mais alto da história pode impactar o consumidor em 2025
Se você é amante de café, prepare-se: o tradicional cafezinho está prestes a ficar ainda mais caro. Nesta terça-feira (10), o preço dos grãos de café arábica, que representam a maior parte da produção mundial, atingiu seu maior valor histórico no mercado internacional de commodities, ultrapassando US$ 3,44 por libra (cerca de 0,45 kg). Esse aumento representa uma alta de mais de 80% somente em 2024, enquanto os grãos de robusta também alcançaram recordes em setembro.
Um cenário de extremos climáticos
A disparada nos preços é reflexo de uma combinação de fatores, sendo o clima o principal vilão. O Brasil, maior produtor mundial de café, enfrentou sua pior seca em 70 anos entre agosto e setembro, seguida por fortes chuvas em outubro, gerando temores de uma colheita fraca em 2025.
No Vietnã, maior produtor de café robusta, o cenário não foi muito diferente, com secas intensas e chuvas excessivas que impactaram severamente as plantações. Os extremos climáticos destacaram a fragilidade das safras de café em todo o mundo.
Do campo ao bolso do consumidor
Além das dificuldades no campo, o impacto deve ser sentido diretamente pelos consumidores. Muitas grandes marcas, que anteriormente absorviam aumentos de preços para manter a competitividade, estão próximas de um ponto crítico.
As indústrias do setor têm enfrentado custos crescentes e já preparam ajustes nos preços ao consumidor. Há ainda a possibilidade de mudanças nos tamanhos de embalagens para equilibrar os custos de produção.
Demanda em alta, estoques em baixa
Enquanto os produtores lutam contra os desafios climáticos, a demanda pelo café continua crescendo. O consumo global disparou, especialmente em mercados emergentes, onde a popularidade da bebida mais que dobrou na última década.
Com estoques globais baixos e consumo elevado, o cenário de alta nos preços deve se manter por um bom tempo, segundo especialistas.
Um hábito ameaçado?
O café, segunda commodity mais negociada no mundo em volume, atrás apenas do petróleo, é muito mais do que uma bebida: ele é parte do cotidiano e da cultura de bilhões de pessoas. Mas, diante do cenário atual, será que ele continuará acessível para todos?
Com preços subindo e mudanças à vista, a bebida mais querida do mundo está prestes a enfrentar tempos desafiadores — e o consumidor, talvez, precise rever sua relação com o tradicional cafezinho.
Ronald Stresser, da redação.
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