terça-feira, 15 de outubro de 2024

Crise hídrica mundial coloca humanidade em xeque

Ano mais seco em três décadas expõe crise hídrica mundial e frisa impactos do aquecimento global

 

Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado em 7 de outubro, revelou que o ano de 2023 foi o mais seco em mais de três décadas para os rios ao redor do mundo. O documento, intitulado Estado dos Recursos Hídricos Globais 2023, destaca o estresse sem precedentes nas reservas globais de água, com cinco anos consecutivos de fluxos fluviais abaixo da média e baixos volumes de água em reservatórios.

Esse déficit crescente está impactando comunidades, a agricultura e os ecossistemas de forma devastadora. Além disso, o relatório indica que as geleiras experimentaram a maior perda de massa dos últimos 50 anos, com 2023 marcando o segundo ano consecutivo de perda generalizada de gelo.

As regiões onde há presença de geleiras relataram essa drástica perda de massa, que gerou mais de 600 gigatoneladas de água. Grande parte dessa água derretida acabou sendo transportada para os oceanos e algumas bacias hidrográficas, aumentando ainda mais os desafios ambientais.

Outro fator alarmante é que 2023 também registrou as temperaturas mais altas já documentadas, levando a condições de seca prolongada em diversas regiões do planeta. A Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo, descreveu a água como “o canário na mina de carvão da mudança climática”, um sinal de alerta para o que está por vir.

“Recebemos sinais de socorro na forma de chuvas cada vez mais extremas, inundações e secas que cobram um pesado tributo em vidas, ecossistemas e economias. Os recursos de água doce enfrentam um estresse sem precedentes, agravado pela mudança climática e pela demanda crescente”, alertou Saulo. Com o aumento das temperaturas, o ciclo hidrológico acelerou, tornando-se mais errático e imprevisível. Agora enfrentamos, de um lado, a escassez severa de água e, de outro, o excesso que causa devastação.

O relatório de 2023 é o mais abrangente até hoje, incluindo dados novos sobre lagos, reservatórios, umidade do solo e geleiras. A meta é criar um conjunto global de variáveis hidrológicas para apoiar sistemas de alerta precoce de desastres relacionados à água até 2027. Atualmente, 3,6 bilhões de pessoas enfrentam a escassez de água, número que pode superar 5 bilhões até 2050, segundo as projeções.

A crise hídrica global e os crescentes sinais de colapso ambiental reforçam a urgência de ações coordenadas e sustentáveis para mitigar os impactos da mudança climática. Frente a um planeta que alterna entre inundações catastróficas e secas prolongadas, o futuro da humanidade está, mais do que nunca, atrelado à preservação dos nossos preciosos recursos hídricos.

Clique aqui para baixar o relatório na íntegra .pdf

Ronald Stresser, da redação.

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