Governo pode propor restrição ao uso de celulares nas escolas

Proibição do uso de smartphones em escolas, medida necessária para o futuro de jovens e crianças

Foto: Rovena Rosa / Agencia Brasil

Nos últimos tempos, a preocupação com o uso excessivo de tecnologias, especialmente smartphones, tem ganhado destaque entre educadores e especialistas em desenvolvimento infantil. A proposta do Ministério da Educação de proibir o uso de celulares nas escolas públicas e privadas do Brasil é uma medida bem-vinda e necessária, que busca coibir os vícios precoces que aprisionam crianças e adolescentes em uma "caverna de Platão" digital repleta de armadilhas.

Mundo Digital

A pandemia acelerou um fenômeno que já era evidente: o uso descontrolado de telas. Com famílias isoladas, muitos pais se viram forçados a delegar o cuidado de seus filhos à tecnologia, resultando em uma dependência que se reflete em crises de abstinência quando afastados dos celulares. A orientadora educacional Marina Rampazzo destaca que o problema se intensificou, afetando não apenas o aprendizado, mas também a saúde mental de alunos e educadores.

O cenário atual é alarmante. Alunos têm se tornado mais antissociais, com dificuldades de diálogo e interação, habilidades essenciais para o desenvolvimento emocional e cognitivo. A educadora Margareth Nogueira ressalta que o uso excessivo de telas tem contribuído para o aumento do bullying e da agressividade nas escolas, prejudicando a qualidade das relações interpessoais.

Aprendizado e socialização

A proposta de banir os celulares nas escolas visa resgatar o ambiente de aprendizado e socialização. O espaço escolar deve ser um local onde os estudantes possam interagir de forma saudável, desenvolver habilidades sociais e se conectar com conteúdos educativos de maneira significativa. A escola é, de fato, o lugar onde as crianças passam grande parte do seu tempo e, portanto, deve ser um refúgio que promova o desenvolvimento integral.

Investir em atividades diversificadas — como cultura, arte e esporte — é essencial para ocupar o tempo dos alunos com experiências enriquecedoras que vão além das telas. O diálogo cara a cara, a construção de argumentos e a empatia são habilidades que precisam ser incentivadas no ambiente escolar, e a presença constante dos celulares dificulta essa dinâmica.

Uma mudança necessária

Com a implementação dessas medidas, as escolas terão o desafio de garantir acesso a ferramentas tecnológicas de forma controlada e supervisionada, permitindo que os alunos aprendam a usar a tecnologia de maneira responsável. O uso de computadores e recursos da escola pode oferecer uma alternativa segura e educativa.

A mudança não será fácil, mas é urgente. O papel dos educadores e das famílias é crucial para que os jovens aprendam a se desvincular da dependência das telas e possam experimentar uma vida mais equilibrada e saudável. A proposta de banir o uso de celulares é um passo importante para preparar as novas gerações para um futuro onde o uso consciente da tecnologia prevaleça, garantindo o desenvolvimento pleno e saudável de nossos jovens. 

Ressocialização

Assim, ao olharmos para o futuro, devemos agir para que as escolas se tornem não apenas locais de aprendizado, mas verdadeiros espaços de socialização e desenvolvimento humano. A tecnologia pode ser uma aliada, mas, antes de tudo, deve servir ao nosso crescimento e bem-estar. Toda vez que um aluno levanta o dedo e faz uma pergunta inteligente, essa pessoa também está furando uma bolha. Certamente que quão menos bolhas tenhamos, mais ar para todos respirarmos teremos.

Ronald Stresser, com info da EBC.