quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Crise na Saúde de Curitiba: candidatos precisam apresentar soluções urgentes

Saúde curitibana em crise: candidatos à Prefeitura precisam assumir compromisso

 
UPA (CIC) - Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

Com mais de 200 mil pessoas na fila por consultas e procedimentos médicos, o sistema de saúde pública de Curitiba vive um verdadeiro colapso. A cada dia, mais de 50 mil curitibanos passam pelas portas das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais, na esperança de serem atendidos em meio a um cenário de desespero. A questão que precisa ser respondida pelos candidatos à prefeitura nas próximas eleições, marcadas para o dia 6 de outubro, é: o que será feito para mudar essa realidade?

A história de Maria Estella Ferreira Lang, de 91 anos (contada pelo site Metrópoles), é um reflexo doloroso da situação. Após suspeita de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), a idosa passou por três UPAs diferentes e um hospital, enfrentando a negligência e a falta de estrutura que muitos curitibanos conhecem bem. Esperando por horas sem alimentação adequada, sem acesso a exames cruciais e sendo transportada em condições precárias, a família denunciou a falta de dignidade no atendimento. "O tratamento foi assim, como se, por ela ter 91 anos, já estivesse na hora", desabafou a neta de Maria Estella.

Este caso, infelizmente, não é isolado. De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Curitiba, mais de 224 mil pessoas aguardam por atendimento na rede pública. Filas para especialidades como oftalmologia (com mais de 53 mil pacientes) e dermatologia (com mais de 15 mil) são apenas alguns exemplos de como o sistema está sobrecarregado e ineficiente. Ao mesmo tempo, o custo para manter o SUS na capital ultrapassa os R$ 3 bilhões por ano, com pouco retorno à população.

Diante desse cenário, os curitibanos têm todo o direito de exigir mais dos candidatos à prefeitura. Onde estão os planos consistentes para melhorar a qualidade do atendimento nas UPAs e UBS? Até agora, muitos discursos se limitam a promessas vagas, sem propostas concretas para combater as filas e a escassez de recursos. Precisamos ver compromissos sérios e visitas presenciais às unidades de saúde da Prefeitura, para que os candidatos conheçam a realidade do sistema.

Um ponto que não pode ser ignorado é o desempenho do atual candidato Eduardo Pimentel (PSD), que durante dois mandatos como vice-prefeito de Curitiba, teve a oportunidade de promover melhorias significativas na saúde pública, mas não o fez. Por que, após anos no poder, a situação nas UPAs e UBS continua tão crítica? O eleitor curitibano merece uma explicação clara de Pimentel sobre o porquê da negligência e da falta de avanços concretos durante a gestão de Rafael Greca, da qual foi vice-prefeito.

Com as eleições se aproximando, é hora dos candidatos deixarem de lado as promessas vazias e apresentarem propostas reais, que sejam realmente viáveis para execução e, em regime de urgência. Não basta discursos de que "a saúde é prioridade". O que a população de Curitiba exige são ações imediatas para melhorar o atendimento, reduzir as filas e garantir que casos como a da avó de Maria Estella não se repitam. Os candidatos às eleições do próximo dia 6 de outubro precisam apresentar soluções urgentes.

Os cidadãos curitibanos precisam cobrar dos candidatos soluções efetivas para os problemas que enfrentam diariamente. Todos deveriam assinar uma carta de compromisso com a saúde, para que o vencedor comece a trabalhar logo no primeiro dia de mandato. A saúde pública não pode continuar sendo tratada como uma questão secundária na capital paranaense. O próximo prefeito terá o dever de enfrentar essa crise com seriedade e responsabilidade, colocando em prática projetos que tragam resultados concretos para a vida das pessoas. Saúde universal e gratuita com qualidade é o mínimo que a população curitibana merece.

Ronald Stresser, de Curitiba.

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