Agricultura Familiar melhora desempenho escolar e beneficia o Meio Ambiente
Deputada Luciana Rafagnin, líder do Bloco Parlamentar da Agricultura Familiar - Divulgação/Assessoria Parlamentar |
A deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), líder do Bloco Parlamentar da Agricultura Familiar, destacou os resultados de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que ressalta o impacto da agricultura familiar na alimentação escolar e no desempenho acadêmico das crianças da rede pública. O estudo aponta que a inclusão de alimentos saudáveis, provenientes de pequenos produtores, não apenas melhora as notas de português e matemática dos alunos, mas também traz benefícios significativos para o meio ambiente e para a saúde.
Intitulado “Efeitos da Inserção de Produtos da Agricultura Familiar na Alimentação Escolar sobre o Desempenho de Alunos da Rede Pública no Brasil”, o estudo demonstrou que, após a implementação da Lei nº 11.947/2009, que incentiva a compra de alimentos da agricultura familiar para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), houve uma melhora expressiva nas notas dos estudantes. As avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2013 a 2019 mostram que estudantes bem alimentados têm maior desempenho nas disciplinas de português e matemática, o que está diretamente relacionado à qualidade da alimentação escolar fornecida.
Além disso, a deputada destacou os benefícios ambientais da agricultura familiar. "Essa prática agrícola é crucial para a preservação dos ecossistemas, já que utiliza menos agrotóxicos, promove a diversidade biológica e cuida melhor dos recursos naturais", disse Luciana. A agricultura familiar é uma peça fundamental na redução do desmatamento, na conservação do solo e no uso sustentável da água. Muitos desses pequenos produtores trabalham com sistemas agroecológicos e de cultivo orgânico, que são menos prejudiciais ao meio ambiente.
O estudo também revela que a maioria dos produtos hortifrutigranjeiros e orgânicos vendidos nos supermercados das grandes cidades brasileiras é proveniente da agricultura familiar. Em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, frutas, legumes e verduras que chegam às prateleiras são, em grande parte, cultivados por pequenos agricultores, reforçando a importância dessa modalidade para o abastecimento alimentar urbano.
Os efeitos positivos da alimentação escolar saudável também se estendem à saúde dos estudantes. A inclusão de alimentos frescos e nutritivos na merenda escolar contribui para a prevenção de doenças relacionadas à má alimentação, como obesidade e diabetes, e fortalece o sistema imunológico dos alunos, ajudando a reduzir faltas e melhorando o desempenho acadêmico.
Além da alimentação, o estudo apontou outros fatores que influenciam o rendimento dos alunos nos anos finais do ensino fundamental. Em português, a qualificação dos professores nos anos finais (8,8%) e iniciais (6,6%), assim como o percentual de compras do PNAE (6,1%), são variáveis significativas. Em matemática, destacaram-se o percentual de professores com nível superior nos anos finais (11,53%) e as compras do PNAE (10,20%).
O PNAE, gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), é o maior programa de alimentação escolar do Brasil e um dos maiores do mundo, atendendo mais de 40 milhões de estudantes. Ao garantir uma alimentação saudável e sustentável, o programa não apenas melhora o aprendizado, mas também fomenta o desenvolvimento local e sustentável.
As políticas de incentivo à agricultura familiar, como as promovidas pelo PNAE, têm demonstrado ser um investimento estratégico, que une educação, saúde e preservação ambiental.
Ronald Stresser, com informações da ALEP.
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