Incêndios florestais no Paraná disparam: dados de 2024 mostram alta de 132% e preocupam especialistas
Corpo de Bombeiros do Paraná já atendeu mais de 9,3 mil incêndios florestais em 2024 - CBMPR |
O Corpo de Bombeiros Militares do Paraná (CBMPR) trouxe à tona um alerta crucial durante o 1º Workshop de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal, realizado em Curitiba em maio deste ano. A previsão de um aumento significativo nas ocorrências de incêndios florestais está se confirmando, com números alarmantes para 2024. Até a quinta-feira, 22 de agosto, o estado registrou 9.344 incêndios em vegetação, um aumento de 132% em relação aos 4.011 casos no mesmo período do ano passado.
A capitã Luisiana Guimarães Cavalca, integrante da Câmara Técnica de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal do CBMPR, expressou sua preocupação com o cenário atual. "Esse aumento não se refere apenas ao número de ocorrências, mas também à área queimada e ao tempo gasto no combate aos incêndios. As condições climáticas deste ano, com temperaturas elevadas e baixa umidade, estão favorecendo a propagação dos incêndios e dificultando a sua extinção", afirmou a capitã.
Agosto
O mês de agosto, historicamente um período crítico para incêndios florestais, está sendo particularmente severo em 2024. As altas temperaturas e a escassez de chuvas têm exacerbado a situação, como exemplificado pelos incêndios na Ilha Grande e Alto Paraíso, no Noroeste do estado. Atualmente, sete bombeiros, com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estão lutando para controlar as chamas na região. A chegada da chuva nesta sexta-feira, 23 de agosto, trouxe algum alívio.
Outras áreas afetadas incluem Maria Helena, Cianorte, que ainda apresenta focos isolados, e o Parque de Vila Velha, nos Campos Gerais. Em agosto de 2024, o Corpo de Bombeiros já recebeu 2.274 chamadas relacionadas a incêndios florestais, mais que o dobro dos 955 chamados registrados em todo o mês de agosto de 2023.
A Operação Quati João, organizada anualmente pelo CBMPR, busca enfrentar esses desafios com reuniões periódicas entre entidades civis e governamentais. Essas reuniões, apoiadas pelo Simepar, atualizam os cenários meteorológicos e discutem estratégias de combate a incêndios.
Preocupação adicional
Uma preocupação adicional é a iminente chegada do fenômeno climático La Niña, prevista para setembro. Embora seja esperada uma intensidade menor do que a inicialmente projetada, a La Niña pode deixar o ambiente ainda mais seco, o que aumentaria a frequência e a gravidade dos incêndios. "Durante a influência da La Niña entre 2019 e 2021, tivemos uma média de mais de 12 mil ocorrências anuais, muito acima das 5 mil esperadas em um ano normal", relatou a capitã Luisiana. Ela expressou preocupação com o impacto potencial da La Niña nos incêndios florestais até outubro.
Além das condições climáticas, a intervenção humana é uma causa predominante dos incêndios. Estudos indicam que cerca de 90% dos incêndios florestais são causados por ações humanas, intencionais ou não. Para mitigar os riscos, é crucial adotar práticas de prevenção, como evitar a queima de lixo e restos vegetais, assegurar que fogueiras sejam apagadas completamente e não soltar balões.
Em casos de incêndios pequenos, a capitã recomenda o uso de água ou mangueira de jardim para apagá-los, e em situações mais perigosas, é vital chamar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
O aumento dos incêndios florestais em 2024 representa um desafio significativo para o Paraná, exigindo uma resposta coordenada e contínua para proteger o meio ambiente e garantir a segurança da população.
Ronald Stresser, com informações da SESP-PR e AEN.
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