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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A Escola da Aldeia



Claudia, com Prof Nane Yawanawá e Yube Huni Kuin
“Eu estou cansado de sala de aula de quatro paredes! A escola do índio é a aldeia, cada aldeia é uma escola inteira! E aí temos que ter coragem para romper o padrão. 

A vinda da língua portuguesa trouxe coisas boas, afinal, do sofrimento a gente tem que tirar algum aprendizado. Só que a educação nossa tradicional é oral, no dia-a-dia, não tá no livro. 

A vinda da escrita faz a gente se esquecer disso, às vezes. Tem também o produto “prato”, que dividiu a gente: agora que temos o “prato”, queremos encher o nosso, e que se dane o resto. Antes comíamos todos juntos. O que a gente tem que fazer é enfrentar a sociedade de forma amigável, temos que nos fazer respeitar e sermos ouvidos, saber falar sobre nossos anseios. 

Como eu disse, escola não é um “prédio”, é a aldeia. Professor indígena não é aquele que fica duas horas na lousa, professor indígena é o pajé, as parteiras, as mulheres, as lideranças... Mas aí o Estado só contrata de outro modo. 

Então, vamos pensar no lugar do professor indígena como aquele que vai conversar, criar perspectivas, envolvendo-se como um todo na comunidade. A política de educação é política de união da comunidade pra cuidar da nossa juventude”.

Prof. Nane Yawanawa


Fonte: http://cronicasindigenistas.blogspot.com.br/2017/04/direito-o-aprendiz-elases-asos.html

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