quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Re-Amazonizar o Brasil

UFRJ propõe “Re-Amazonizar o Brasil” no Festival do Conhecimento 2025

Interlocutores que participarão da COP30 adiantam reflexões no evento

Por Ronald Stresser – Sulpost

Viveiros de mudas de mangue do projeto Mangues da Amazônia na Vila do Tamatateua, na RESEX Marinha de Caeté-Taperaçu (Bragança-PA)
Bragança (PA), 12/06/2025 — Viveiros de mudas de mangue do projeto Mangues da Amazônia, na Vila do Tamatateua, área da RESEX Marinha de Caeté-Taperaçu. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.

Às margens da Baía de Guanabara, em pleno Flamengo, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) abre, nos dias 4 e 5 de setembro, um espaço de escuta e reflexão que pretende ecoar até Belém do Pará, sede da COP30. O Festival do Conhecimento 2025 chega com o tema “Re-Amazonizar o Brasil: Saberes Ancestrais e Tecnologias”, convocando o país a repensar seu futuro a partir da floresta e de quem a habita.

Mais do que um encontro acadêmico, o festival se apresenta como um ensaio de futuro, reunindo lideranças indígenas, pesquisadores, artistas e ativistas para colocar os povos amazônicos no centro do debate sobre clima, saúde e sobrevivência planetária.

“O Festival do Conhecimento deste ano entra em sintonia com a COP30 ao discutir questões urgentes ligadas ao clima. É como se tivéssemos, aqui no Rio de Janeiro, uma pré-conferência do clima, pois teremos a oportunidade de reunir algumas das lideranças que estarão em Belém”, destaca Ivana Bentes, pró-reitora de Extensão da UFRJ.

Ao reunir saberes ancestrais, ciência, arte e políticas públicas, a UFRJ se coloca como articuladora de soluções para os grandes desafios do nosso tempo. A abertura oficial ocorre no dia 4, às 10h, com a apresentação do Manifesto “Clima é Saúde, Saúde é Clima”, do qual a UFRJ é signatária, reforçando a relação indissociável entre equilíbrio ambiental e bem-estar humano.

Vozes que atravessam a floresta

Entre os nomes confirmados para os diálogos que antecipam a COP30, estão:

  • Sinéia do Vale, liderança indígena e representante dos povos indígenas do Brasil na COP30;
  • Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo da UFRJ e referência mundial no debate indígena;
  • Inara Nascimento, indígena Sateré-Mawé, professora de saúde coletiva e segurança alimentar para povos indígenas;
  • Dzoodzo Baniwa, ativista e referência em educação escolar indígena entre os povos baniwa e koripako;
  • Ethel Maciel, representante da saúde do Brasil na COP30.

Cada fala promete cruzar experiências que vão da cosmologia dos povos originários às inovações tecnológicas, ampliando a compreensão de que a Amazônia não é apenas uma pauta ambiental, mas civilizatória.

Re-amazonizar: resistir e reinventar

“Re-amazonizar” não é metáfora vazia. É um chamado a recuperar modos de vida que enxergam a floresta como matriz de vida e inspiração para novas formas de habitar o planeta. Em tempos de mudanças climáticas aceleradas, o gesto é urgente: proteger territórios, rios e culturas é proteger também nossas cidades e a saúde coletiva.

“Re-amazonizar não é voltar ao passado. É apontar para o futuro com raízes profundas”, sintetiza uma liderança que participará dos debates.

Por dois dias, o Rio de Janeiro se torna um laboratório de futuros em sintonia com Belém: as ideias que emergirem no Fórum de Ciência e Cultura prometem encontrar a arena global da COP30, levando a partir da UFRJ a mensagem de que ciência e saberes tradicionais caminham de mãos dadas.

Fontes: Com informações da Agência Brasil e UFRJ - Edição: Sulpost • Jornalismo independente, plural e comprometido com o meio ambiente e os direitos humanos.

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