Quaest: maioria dos brasileiros considera justa a prisão domiciliar de Bolsonaro
Por Ronald Stresser — Sulpost
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55% dos brasileiros acham que a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro é justa Minervino Júnior/CB |
O Brasil respira fundo à medida que se aproxima o julgamento marcado para 2 de setembro no Supremo Tribunal Federal (STF). No centro do turbilhão, a figura de Jair Bolsonaro segue polarizando o país — mas a nova fotografia do humor social é nítida: mais da metade dos brasileiros considera justa a prisão domiciliar do ex-presidente.
A constatação vem da pesquisa Genial/Quaest, encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre 13 e 17 de agosto, com 2.004 entrevistas presenciais de pessoas com 16 anos ou mais. O estudo tem nível de confiança de 95% e margem de erro de ±2 pontos percentuais.
O que diz a pesquisa
- “A prisão domiciliar de Bolsonaro é justa ou injusta?”
- Justa: 55%
- Injusta: 39%
- Não sabem / Não responderam: 6%
Os números não são apenas estatísticas frias; eles traduzem um sentimento que atravessa ruas, redes e famílias. Para muitos entrevistados, a medida cautelar simboliza a lei aplicada sem exceções. Para outros, é a expressão de um país ainda tenso, em que decisões judiciais se confundem com disputas políticas.
O contexto jurídico e o fio da navalha
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, em Brasília. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes após o ex-presidente descumprir restrições judiciais ao participar de uma videoconferência com aliados. O episódio adicionou um novo capítulo à relação já conflituosa entre o ex-chefe do Executivo e o Judiciário.
É importante lembrar: pesquisas de opinião não determinam o rumo de processos. Elas ajudam a entender a temperatura da sociedade e a legitimidade percebida das decisões. No STF, prevalecem provas, fundamentos jurídicos e o respeito ao devido processo legal. Ainda assim, a fotografia captada pela Quaest indica que uma parte expressiva do país enxerga a cautelar como proporcional ao momento.
2 de setembro: o "Dia D"
O julgamento previsto para início de setembro promete ser um divisor de águas. Não está em avaliação apenas a manutenção de uma medida cautelar: discute-se, de forma mais ampla, o pacto democrático, os limites de atuação de lideranças políticas e a capacidade das instituições de responderem a atos que tensionam o Estado de Direito.
Entre a sede de justiça e o medo da instabilidade, o país se observa no espelho. A pesquisa revela uma sociedade que quer regras claras e consequência para os atos — sem abrir mão da democracia e de suas garantias.
Metodologia
A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e realizada pela Quaest. Foram entrevistadas 2.004 pessoas, com 16 anos ou mais, entre 13 e 17 de agosto, em entrevistas presenciais. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Esta reportagem integra a cobertura contínua do Sulpost sobre democracia, justiça e direitos no Brasil.
Edição: Ronald Stresser | Redação Sulpost
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