domingo, 13 de abril de 2025

Papa Francisco reaparece no Domingo de Ramos e emociona fiéis com mensagem de fé e compaixão

 

Por volta das 11h da manhã no Vaticano, uma cadeira de rodas surge entre os tapetes vermelhos estendidos na Praça São Pedro. Nela, o Papa Francisco, aos 88 anos, acena com serenidade para as milhares de pessoas que o aguardavam ansiosas. Seu semblante é mais magro, a voz ainda frágil. Mas há um brilho nos olhos de quem superou dias difíceis e, mesmo em recuperação, escolheu estar presente para iniciar a Semana Santa – uma das celebrações mais importantes do calendário cristão, ao lado do Natal.

A cena aconteceu neste Domingo de Ramos (13), data que recorda a entrada de Jesus em Jerusalém e marca o início do caminho para a Páscoa. Cerca de 40 mil pessoas ocuparam a praça para participar da Missa solene, presidida pelo cardeal argentino Leonardo Sandri. O Papa, ainda em convalescença devido a uma pneumonia que o afastou por semanas da agenda pública, apareceu apenas no final da cerimônia, mas o gesto teve impacto profundo nos fiéis.

Francisco havia sido internado no fim de 2024, após o agravamento da infecção pulmonar. Foram quase 40 dias entre hospital e repouso na Casa Santa Marta. A última vez que visitara o local antes da piora de saúde havia sido em 14 de dezembro. Seu retorno neste domingo, portanto, foi simbólico. Um reencontro com o povo, com a fé vivida no coletivo, e com a missão pastoral que ele insiste em cumprir mesmo diante das limitações da idade e da saúde.

“Carregar a cruz não é em vão”

A homilia da celebração, escrita pelo Papa e lida por Sandri, tocou corações ao refletir sobre Simão de Cirene – o homem que, inesperadamente, ajudou Jesus a carregar a cruz no caminho para o Calvário. “Quantos cireneus carregam a cruz de Cristo! Somos capazes de reconhecê-los?”, questiona o texto de Francisco.

O Papa recorda que Simão não escolheu estar ali. Foi chamado à força. E, no entanto, tornou-se parte da história da salvação. “Não ajuda Jesus por convicção, mas por obrigação. Por outro lado, vê-se a participar pessoalmente na Paixão do Senhor. A cruz de Jesus torna-se a cruz de Simão.” Francisco convida os fiéis a levarem suas cruzes durante a Semana Santa não apenas como adorno, “não ao pescoço, mas no coração”.

Gesto simples, mensagem profunda

Ao fim da missa, Francisco apareceu cercado por seguranças, cumprimentou os fiéis por cerca de 10 minutos e deixou uma breve saudação ao microfone: “Bom Domingo de Ramos! Boa Semana Santa”. Com sua presença, lembrou a todos que o sofrimento, a fragilidade e a fé caminham lado a lado – especialmente neste tempo litúrgico.

No Angelus, divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa fez mais um apelo pela paz. Seu olhar se voltou às vítimas das guerras, da fome, dos desastres naturais. “Que a paz desça sobre os países em guerra”, pediu, citando nominalmente Ucrânia, Palestina, Israel, República Democrática do Congo, Mianmar e Sudão do Sul.

Semana Santa de compaixão

Francisco não esconde o cansaço de quem já não tem a mesma força física de antes. Mas sua voz – mesmo que lida por outro – segue ecoando com a força de um líder espiritual que nunca deixou de escutar os que sofrem.

Neste início de Semana Santa, ele nos lembra que a cruz de Cristo continua sendo carregada todos os dias – pelos pobres, pelos doentes, pelos deslocados, pelos que choram em silêncio. E nos convida a reconhecer os cireneus de hoje. Porque, como ensinou neste domingo, carregar a cruz, ainda que por obrigação, nunca é em vão.

Ronald Stresser, com informações do Vatican News.

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