Centro de Curitiba amanhece cercado em operação contra o tráfico, e COPE é elogiado por ação certeira
Por Ronald Stresser*O dia ainda nem tinha clareado direito quando o centro de Curitiba foi tomado por uma cena digna de filme policial. O silêncio habitual das primeiras horas foi rompido pelo eco das sirenes, que cortavam as ruas estreitas como navalha em pele fina. Viaturas surgiram de todos os lados, seguidas por motos em alta rotação e passos firmes de agentes encapuzados que invadiam corredores estreitos de hotéis velhos e pousadas de fachada apagada — endereços que, para muitos, sempre pareceram esconder mais do que mostravam.
Era uma operação milimetricamente planejada, mas que, aos olhos de quem assistia da janela ou do balcão de uma padaria, parecia emergir do nada. Em questão de horas, seis desses estabelecimentos foram completamente revirados por uma força-tarefa determinada e silenciosa, liderada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), com o apoio da Polícia Militar (PMPR) e da Polícia Penal (PPPR). Não houve espaço para dúvidas nem para fuga: o cerco estava fechado.
A operação, planejada com minúcia pelo COPE – Centro de Operações Policiais Especiais – foi mais que uma blitz. Foi um recado direto ao crime organizado que, silenciosamente, vinha usando estruturas da região central como base para o tráfico de drogas.
Foram mais de 150 policiais mobilizados. Eles passaram quarto por quarto, revisaram áreas comuns, abriram mochilas, armários e até forros de teto. O resultado não deixou dúvidas sobre o acerto da ação: mais de 6 quilos de drogas apreendidos, entre maconha, crack, morruga (um tipo de cannabis de alta potência), haxixe, skunk, MDMA, LSD e ecstasy. Tudo armazenado em pequenas embalagens, prontas para a venda. Também foram recolhidos celulares, cadernos de anotações do tráfico, balanças de precisão e dinheiro em espécie.
“Sabíamos que a região vinha sendo usada como entreposto do tráfico, mas o nível de organização que encontramos surpreendeu até os mais experientes”, confidenciou um dos agentes, sem esconder o cansaço e o alívio após horas de varredura.
Nove pessoas foram conduzidas à delegacia – três presas em flagrante, uma com mandado em aberto e cinco autuadas por porte para consumo próprio. Para a população que vive, trabalha ou transita pelo coração da cidade, a operação foi vista como um suspiro de segurança e uma resposta a pedidos antigos por mais fiscalização nessa zona já conhecida por sua vulnerabilidade.
O COPE, que há anos se notabiliza por ações precisas e cirúrgicas, mais uma vez cumpriu seu papel com firmeza e profissionalismo. Em um momento em que a presença do Estado é cada vez mais exigida nas áreas urbanas mais densas, o trabalho da Polícia Civil se impõe como símbolo de resistência à banalização da violência e às redes do crime.
A operação desta manhã não resolve, sozinha, um problema estrutural. Mas representa um passo decisivo — e muito bem executado — na missão de devolver ao centro de Curitiba um pouco da tranquilidade que seus moradores e comerciantes tanto merecem.
Mais do que números, a ação desta quinta-feira é sobre presença, estratégia e coragem. E por isso, o reconhecimento público ao COPE e às forças de segurança é mais do que justo — é necessário.
*com informações e fotos da SESP-PR.





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