Governo Federal prepara novo pacote de corte de gastos, uma medida que tende a ser impopular
Editorial, por: Ronald Stresser / novembro de 2024Evento de lançamento do Programa Acredita, em São Paulo - Foto: Ricardo Stuckert/PR |
O governo se prepara para anunciar um novo pacote de cortes nos gastos públicos ainda nesta semana. Quem deu a notícia foi o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando que só faltam uns ajustes técnicos e jurídicos para que o projeto possa seguir para o Congresso.
A urgência colocada pelo presidente no tema fez até o ministro cancelar uma viagem que faria à Europa. Lula teria dito que quer, em primeiro lugar, Haddad focado nas questões internas do Brasil. Nesta manhã, ele e outros ministros se reuniram com Lula para ajustar os últimos detalhes e preparar o anúncio.
Fato é que para grande parte da população notícia é desanimadora. Enquanto os números do mercado parecem confortar uma minoria, que vive de renda e aplicações, a realidade para a maioria é que as dificuldades estão cada vez maiores. O preço das coisas essenciais não para de subir, e o fantasma do endividamento — com juros estratosféricos no crédito rotativo — devora as economias dos que vivem da labuta diária.
As promessas de "ajuste" para agradar o mercado financeiro, cumprindo com teto de gastos sancionada pelo governo Temer e calabouço fiscal adotado por Haddad soam vazias para o trabalhador, que não ambiciona nada mais do que o básico para viver, enquanto vê as promessas de oportunidades de terra, teto e trabalho se esvaziarem.
A verdade é que para o povo, o real impacto está no dia a dia, nos serviços públicos que deixam a desejar, nas filas de hospitais, falhas da segurança pública, nos cortes de verba na educação, preço do aluguel, das prestações da casa própria e de alguns boletos que acabam se tornando impagáveis. A realidade é que hoje o trabalhador e a trabalhadora, bem como a imensa maioria dos profissionais liberais, trava uma batalha diária para conseguir fechar as contas do orçamento doméstico, e as contas não fecham.
Não precisa ser nenhuma especialista para perceber que população, nós, continuamos sustentando um sistema onde os sacrifícios sabidamente pesam mais para quem já tem menos, o mercado financeiro só lucra, mas enquanto isso a estrutura pública, sustentada pelo nosso trabalho, se mostra a cada mês mais distante de garantir um futuro realmente digno para todos.
Não conheço ninguém que já não tenha feito um corte de gastos em sua própria casa, com sua própria família para conseguir driblar os tempos difíceis provocados por uma inflação e juros que corroem a renda de todos nós numa economia aonde o número que mais cresce é o da inadimplência O que parece é que além do próprio sacrifício, exercido por cada um de nós na labuta diária, eles ainda querem que a gente pague a conta pela má gestão, tanto da economia quanto da coisa pública.
Faltam dois anos para escolhermos um novo presidente, reeleger o atual ou o anterior, então cada um de nós precisa refletir e se perguntar: a solução está na direita, na esquerda ou no equilíbrio de um caminho que parece distante do 'bolsolulismo' que divide o povo e nunca cumpre com o que foi prometido ao povo brasileiro. E você, também cumpriu com a sua meta fiscal? E, conforme prometido, já comeu a sua picanha hoje?
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