Deputada Carol Dartora sofre ameaças de morte e injúrias raciais e aciona Polícia Federal
Carol Dartora discursa na Câmara dos Deputados - Divulgação/CD |
A deputada federal Carol Dartora (PT-PR), primeira mulher negra eleita para a Câmara dos Deputados pelo Paraná, vive dias de terror e luta diante de uma série de ameaças de morte e ataques racistas que têm chegado ao seu e-mail institucional. Nos últimos 30 dias, Dartora recebeu 43 mensagens de teor violento, com detalhes cruéis e ameaças explícitas, até mesmo a seus familiares.
As ameaças são chocantes. Em uma das mensagens, o agressor faz questão de demonstrar seu racismo ao escrever: "Se você não aprende no amor, vai aprender na dor, sua macaca fodi** e eu vou te matar!”. Em outro trecho, o discurso é igualmente desumano e injurioso: “Você é só mais uma macaca bandida, assim como todos os outros pretos fedidos. A sua origem não nega." Em tom assustador, o criminoso chega a descrever um plano sádico para matá-la, ameaçando "derramar gasolina sobre o seu corpo inteiro e colocar fogo".
“Essas ameaças são um ataque não só a mim, mas a todas as mulheres negras que ousam ocupar espaços de poder”, disse a deputada. "Eu não vou me calar, vou lutar por justiça, igualdade e respeito.” Para Carol, os ataques são uma tentativa clara de intimidar, silenciar e barrar o avanço de uma sociedade mais justa, onde ninguém deve ser punido por sua cor, seu gênero ou por ousar lutar por seus direitos.
Diante do teor dos ataques, a deputada acionou a Polícia Federal, a Polícia Legislativa e o Ministério Público Federal (MPF) para investigarem o caso. Dartora, que já havia sofrido ameaças de morte em 2020, quando foi eleita vereadora em Curitiba, vê esses ataques como um reflexo de uma realidade social dolorosa que ainda persiste no Brasil: o racismo e a intolerância.
“O racismo é um crime grave, uma violência que fere e mata, tanto fisicamente quanto psicologicamente. As palavras de ódio que recebo são um ataque direto à nossa luta por um Brasil mais democrático e igualitário”, afirma Dartora. Ela reforça que não vai desistir. “Cada ataque me lembra do quanto nossa presença e voz incomodam, mas também de quanto elas são necessárias."
Carol Dartora segue firme em sua missão e resiste não apenas por si, mas por todos os que acreditam que o ódio não deve triunfar sobre a justiça e a dignidade. “Não vamos recuar. A resistência é o que nos trouxe até aqui, e é ela que vai nos levar adiante”, conclui.
Denúncias: Quem tiver informações que possam levar à localização do(a) responsável pelas ameaças deve ligar para o disque-denúncia, procurar as autoridades policiais, o MPF ou a assessoria parlamentar da deputada.
Ronald Stresser, de Curitiba.
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