Uso de celulares nas escolas: a tecnologia móvel é uma aliada ou uma inimiga do aprendizado?
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A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR) publicou nesta quinta-feira (10) uma nova Instrução Normativa que estabelece critérios para o uso de aparelhos eletrônicos em salas de aula nas escolas públicas estaduais. A medida, que visa regulamentar o uso de celulares e outros dispositivos, levanta questões cruciais sobre o impacto da tecnologia no ambiente escolar, tanto como ferramenta pedagógica quanto como fonte de distração e potenciais problemas sociais, como o cyberbullying.
Embora o secretário de Educação, Roni Miranda, tenha destacado os benefícios da tecnologia para personalizar a aprendizagem e ampliar o acesso ao conhecimento, o documento alerta para os riscos associados ao uso inadequado dos aparelhos. Entre os principais problemas, estão a distração dos alunos e a queda no desempenho acadêmico, além de preocupações com o acesso a aplicativos e sites inadequados para menores de idade.
Graziele Andriola, diretora de Planejamento e Gestão Escolar, ressaltou que, quando não supervisionados, os dispositivos móveis podem prejudicar a concentração e o rendimento nas aulas. Além disso, o cyberbullying é uma preocupação crescente, com os celulares sendo usados como instrumentos para assediar colegas, expondo os jovens a situações de vulnerabilidade emocional.
A nova normativa proíbe o uso de celulares para fins pessoais, como acesso a redes sociais, jogos e chamadas durante o horário de aula. Caso essas regras sejam desrespeitadas, os alunos estarão sujeitos a sanções disciplinares previstas no Regimento Escolar. O documento também reforça que o uso da tecnologia em sala de aula deverá ocorrer somente com autorização dos professores e com objetivos pedagógicos claros.
Uma medida mais restritiva, mencionada na Instrução, é o uso de caixas coletoras para que os alunos depositem seus celulares no início das aulas, recolhendo-os apenas ao final do período. Essa ação visa garantir que o foco dos estudantes permaneça no aprendizado, e não nos aparelhos. A Seed-PR enfatiza que a conscientização sobre o uso responsável da tecnologia é fundamental para formar cidadãos críticos e preparados para lidar com o mundo digital, mas que é necessária uma abordagem disciplinada para evitar que a tecnologia atrapalhe mais do que ajude.
Além das questões acadêmicas, é importante lembrar que o uso de celulares nas escolas sem supervisão pode facilitar o acesso a conteúdos impróprios, expondo crianças e adolescentes a riscos na internet. Com isso, a Secretaria de Educação reafirma a necessidade de um controle mais rígido no ambiente escolar, visando tanto o bom desempenho quanto a segurança dos estudantes.
Em tempos de rápida transformação digital, a implementação de regras claras para o uso de tecnologia nas escolas se torna urgente. A regulamentação proposta pelo Paraná é um passo importante, mas deve vir acompanhada de medidas educativas e orientações eficazes para assegurar que a tecnologia permaneça como uma aliada no processo de ensino, e não como um obstáculo.
Ronald Stresser, com informações da AEN.
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