"Pacto de Paz": Candidatos à Prefeitura de Curitiba assinam acordo, mas nos bastidores o clima ferve - por: Ronald Stresser / outubro de 2024
Na tarde dessa quinta-feira, 10 de outubro, Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB), candidatos à Prefeitura de Curitiba, protagonizaram um momento simbólico no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Ambos assinaram o Pacto das Eleições 2024: No Caminho da Paz – 2º Turno, um acordo que visa promover um clima eleitoral mais respeitoso e civilizado. No entanto, a tensão no ambiente político foi palpável logo após a cerimônia, revelando o verdadeiro desafio de manter o tom pacífico na prática.
Assinatura
O TRE-PR, em uma iniciativa para conter os ânimos e evitar o acirramento das trocas de acusações durante o segundo turno, propôs o pacto, que pede aos candidatos um compromisso com a ética, a verdade e o respeito mútuo nas campanhas eleitorais. O evento foi marcado por discursos formais em que tanto Graeml quanto Pimentel reiteraram sua intenção de manter o debate em um nível elevado, baseado em propostas para o futuro de Curitiba.
Contraste nas saídas
Apesar da assinatura e das declarações, a tensão logo reapareceu. Cristina Graeml afirmou estar sendo vítima de ataques injustos e que sua campanha tem sido alvo de fake news. Eduardo Pimentel, por outro lado, prometeu "não deixar nenhum ataque sem resposta", indicando que, embora tenha assinado o pacto, não recuará diante de agressões ou desinformações dirigidas à sua campanha.
"Vou manter a serenidade, mas não vou aceitar calúnias e difamações", afirmou Pimentel. Ele alegou que as acusações de assédio eleitoral que teriam impactado o primeiro turno são parte de uma tentativa de manipulação, mas assegurou que continuará focando nas propostas, enquanto responde à altura qualquer agressão que venha a enfrentar.
Graeml, por sua vez, disse estar satisfeita com o pacto promovido pelo TRE-PR, mas destacou que suas ações estão voltadas para garantir a transparência na campanha adversária, citando as denúncias de coerção de servidores públicos para contribuir com a campanha de Pimentel. "Da minha parte, não há nenhum ataque. Apenas buscamos investigar possíveis irregularidades que envolvem dinheiro público", declarou a candidata, em tom assertivo.
Prática distante do ideal
O episódio traz à tona uma realidade comum em disputas eleitorais acirradas: acordos formais de paz podem rapidamente ser colocados à prova quando os candidatos percebem que estão em uma batalha decisiva. Apesar do pacto assinado, as promessas de serenidade e respeito podem se perder na prática, uma vez que a tensão, as acusações de fake news e os ataques pessoais já vêm dominando a narrativa deste segundo turno.
Pimentel deixou claro que não hesitará em responder a ataques, mesmo que tenha de usar um tom mais agressivo. Já Graeml, apesar de se posicionar como defensora da paz, tem feito denúncias que acirram o debate e podem contribuir para um ambiente ainda mais polarizado.
O desafio da convivência pacífica
Na política, especialmente em momentos críticos como os segundos turnos eleitorais, manter a paz é um desafio. Mesmo com a assinatura do pacto, o comportamento de ambos os candidatos sugere que o caminho até o dia das eleições ainda será marcado por conflitos. A expectativa é de que os próximos debates e confrontos públicos entre Graeml e Pimentel sejam quentes, com acusações diretas e respostas duras de ambos os lados.
O que fica evidente é que, embora o "Pacto de Paz" tenha sido assinado, ele será continuamente testado nas próximas semanas. Curitiba assistirá, nos próximos dias, a um embate entre propostas e ataques, onde a promessa de paz parece cada vez mais difícil de se concretizar. A assinatura foi um gesto simbólico, mas a prática da paz, como o próprio clima na saída do evento já indicava, está longe de ser garantida.
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