Ayahuasca: de bebida sagrada ao potencial terapêutico para a Saúde Mental
Conhecer melhor os efeitos da ayahuasca, do ponto de vista científico e clínico, é objeto de pesquisas – Pixabay |
A ayahuasca, bebida tradicional e sagrada para muitas comunidades da Amazônia, tem ganhado atenção fora das fronteiras da floresta. Traduzida do quéchua, ayahuasca significa "vinho das almas" ou "cipó das almas" – uma combinação das palavras “aya”, que quer dizer espírito, e “huasca”, cipó. Originalmente usada em rituais de cura e conexão espiritual, ela agora desperta o interesse da ciência por seu possível papel em tratamentos para transtornos mentais.
Pesquisadores e especialistas têm destacado seu potencial terapêutico, principalmente em questões como dependência, depressão e estresse. No Brasil, o pesquisador Rafael Guimarães dos Santos, da USP, estuda esses efeitos da ayahuasca há anos. Segundo ele, ao lado de outras substâncias psicodélicas, a bebida permite que quem a utiliza acesse memórias e emoções profundas. Essa introspecção ajuda em tratamentos de saúde mental, permitindo que o paciente se reconecte com lembranças e experiências de vida de um jeito diferente.
Mas o uso da ayahuasca exige cuidados. Recentemente, o Ministério da Saúde do Peru divulgou um guia para seu uso seguro, destacando que deve ser consumida com respeito e sob orientação. Isso porque, apesar do potencial benefício, seu uso sem controle ou conhecimento pode gerar riscos. O Centro Nacional de Pesquisas Sociais e Interculturalidade em Saúde (Censi) também lembra que a bebida tem uma origem cultural que precisa ser respeitada, e que seu uso fora do contexto adequado pode comprometer a segurança.
Hoje, pesquisadores em diversos países, como Brasil, Estados Unidos e Espanha, buscam entender melhor os efeitos da ayahuasca. A ideia é clara: explorar o que essa prática ancestral pode oferecer à medicina moderna, especialmente no combate a doenças mentais e vícios, mantendo o respeito pela tradição e a segurança dos envolvidos.
Stresser, com informações do Jornal da USP.
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