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sábado, 21 de setembro de 2024

Epidemia silenciosa do "Jogo do Tigrinho" nas escolas

Alerta: jogo do tigrinho chega nas escolas brasileiras e preocupa especialistas

 
Reprodução / Internet

O Jogo do Tigrinho, uma modalidade de aposta online que viralizou nas redes sociais, tem gerado preocupação entre educadores e especialistas ao envolver crianças e adolescentes em uma prática de risco. Apesar de ser proibido no Brasil, o jogo continua acessível por meio de sites e aplicativos, atraindo jovens de diversas idades com a promessa de ganhos rápidos. A situação tem se agravado com a facilidade de acesso às tecnologias, especialmente em ambientes escolares.

Estudos recentes indicam que uma porcentagem significativa de adolescentes entra em contato com jogos de azar muito cedo. De acordo com dados da Unicef, 22% dos adolescentes entrevistados afirmam ter apostado pela primeira vez aos 11 anos ou menos, enquanto a maioria começa aos 12 anos ou mais. Isso revela uma tendência alarmante de iniciação precoce em atividades que podem resultar em vício acompanhado de consequências emocionais e financeiras.

O problema se estende ao ambiente escolar, onde, apesar de algumas instituições proibirem o uso de celulares, os estudantes ainda encontram maneiras de acessar os jogos. O uso de computadores fornecidos pelas escolas, que deveriam ter bloqueios para jogos de azar, também não tem sido suficiente para impedir que os jovens baixem e utilizem esses aplicativos. Especialistas apontam que a falta de controle eficiente nas plataformas tecnológicas facilita a proliferação do Jogo do Tigrinho entre os alunos.

Além do impacto direto na vida acadêmica dos estudantes, que se veem desestimulados a dedicar-se aos estudos ao se depararem com a "ilusão de dinheiro fácil", a questão também afeta os programas sociais. Muitos dos jovens que recebem bolsas de incentivo educacional, como o programa Pé-de-Meia, estão destinando esses recursos às apostas. O Pé-de-Meia, que visa incentivar a permanência dos alunos de baixa renda no ensino médio, tem suas diretrizes questionadas, uma vez que não impõe restrições sobre o uso do dinheiro recebido pelos beneficiários. Esse cenário tem levado especialistas a alertar sobre o uso inadequado desses recursos.

A situação torna-se ainda mais complexa com a ausência de regulamentação clara sobre a responsabilidade das plataformas de apostas. Muitas dessas empresas não possuem representação no Brasil, o que dificulta a responsabilização por promoverem jogos de azar para menores de idade. Especialistas em cibersegurança e educação digital destacam a necessidade urgente de uma regulamentação mais rígida, que responsabilize essas plataformas e ofereça maior proteção aos jovens.

Além da regulamentação, é fundamental que haja uma conscientização em massa sobre os riscos do vício em jogos de azar. Educadores têm enfatizado a importância de campanhas educativas nas escolas para tratar a ludomania, o vício em jogos, com a mesma seriedade que outros tipos de dependência. Para ele, a escola deve assumir um papel ativo na educação digital e na conscientização sobre o uso responsável do dinheiro e da tecnologia.

A questão também exige a participação ativa dos pais e responsáveis. Muitas vezes, a falta de diálogo em casa sobre o uso de tecnologias e jogos de aposta permite que crianças e adolescentes sejam expostos a conteúdos nocivos sem que os adultos percebam. Especialistas sugerem que os pais abordem o tema de forma acessível e sem julgamento, buscando criar um ambiente de confiança para que os jovens se sintam à vontade para compartilhar suas experiências.

Psicólogos alertam que o vício em jogos de azar pode trazer sérias repercussões na vida social e emocional dos jovens. Uma psicopedagoga consultada pelo Sulpost, que prefere não se identificar, destaca que, embora pareçam inofensivos e até divertidos, os jogos de azar online podem se tornar uma armadilha para quem ainda não desenvolveu maturidade suficiente para lidar com frustrações e perdas financeiras, o que pode gerar ansiedade, depressão, isolamento social e até mesmo ideação suicida.

Diante dessa epidemia silenciosa, o papel da escola e da família é muito importante. A criação de políticas públicas e de campanhas de conscientização sobre o vício em jogos de azar é fundamental para proteger crianças e adolescentes dos impactos negativos dessa prática. Enquanto isso, a regulamentação das plataformas de aposta deve ser uma prioridade para garantir que as futuras gerações estejam menos vulneráveis a essa armadilha digital.

Ronald Stresser, da redação.

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