Venezuela em Crise: Maduro Proclamado Presidente em Meio a Acusações de Fraude e Crescente Revolta Popular
Oposição a Maduro vai às ruas na Venezuela YURI CORTEZ/AFP |
A Venezuela entrou em uma nova crise após a reeleição de Nicolás Maduro, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), antes mesmo de a apuração ser concluída e sem a divulgação de todos os boletins de urna. O CNE declarou a vitória de Maduro com 51,2% dos votos, contra 44,2% de Edmundo González. No entanto, a oposição, baseada em contagens paralelas, afirma que González obteve 73% dos votos, o que sugere uma fraude massiva.
O clima em Caracas está extremamente tenso. A maioria dos comércios fechou ontem, dificultando o abastecimento por medo de saques e reações violentas. Há rumores de que Nicolás Maduro teria buscado refúgio em uma área remota ou até mesmo deixado o país. A situação tornou-se ainda mais crítica com a participação de pessoas de todas as classes sociais, incluindo comunidades carentes, nos protestos contra Maduro.
Essas comunidades, antes base do chavismo, agora se dirigem ao Palácio Presidencial de Miraflores para manifestar seu descontentamento. Ontem, um grupo de manifestantes chegou a três quadras do palácio, mas foi confrontado pela Guarda Nacional Bolivariana, que protegeu paramilitares armados que atacaram os manifestantes.
A crise eleitoral atual ocorre em meio a uma Venezuela devastada pela hiperinflação, violações aos direitos humanos e uma crise humanitária que levou à fome e ao êxodo massivo da população para países vizinhos, como o Brasil. A repressão ao povo, que se manifesta por eleições livres e justas, agrava a situação de um regime que já estava sob forte pressão internacional.
Em outubro de 2023, o governo de Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, mediado pelo Brasil, com o objetivo de garantir eleições transparentes e democráticas. Contudo, o acordo foi comprometido por decisões do regime de Maduro, como a inabilitação de María Corina Machado por 15 anos e as dificuldades enfrentadas por Corina Yoris para registrar sua candidatura. Diante desses bloqueios, Edmundo González foi nomeado candidato de última hora pela oposição.
A situação no país continua incerta, com uma forte demanda por transparência nas eleições. A falta de legitimidade do processo eleitoral e as ações autoritárias de Maduro evidenciam uma possível fraude, perpetuando um governo ilegítimo e ameaçando ainda mais a estabilidade na América do Sul.
Ronald Stresser
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