No início do século XX, durante a pandemia da 'Gripe Espanhola', foi escrita e distribuída no Brasil uma cartilha de saúde em forma de poema, contendo as mesmas orientações dadas atualmente para evitar o contágio pela Covid-19, como distanciamento social e ter o hábito de lavar as mãos frequentemente.
Há 103 anos, estima-se que a Gripe Espanhola (influenza) matou mais de 20 milhões de pessoas em todo mundo, até desaparecer misteriosamente em 1920. A Covid-19, que começou a se alastrar no final de 2019, já causou oficialmente cerca de 2 milhões de mortes - números de 13/01/2019 -, e mesmo com o início da vacinação em vários países vem se alastrando assustadoramente segundo dados atualizados diariamente pelo Google.
A cartilha com as orientações de saúde, em forma de poema, foi distribuída pelas campanhas do Serviço Nacional de Educação Sanitária, segundo o artigo "Revisitando a espanhola: a gripe pandêmica de 1918 no Rio de Janeiro", de Adriana da Costa Goulart, mestre em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
A cartilha, em forma de poema, "Previna-se contra a gripe", de 1918:
"Perdigotos, que perigo!
Se estás resfriado amigo,
não chegues perto de mim
Sou fraco, digo o que penso.
Quando tossir, use o lenço
E também se der atchim…
Corrimãos, trincos, dinheiro
São de germes, um viveiro
E da gripe mais frequente.
Não pegá-los, impossível.
Mas há remédio infalível,
Lave as mãos constantemente
Se da gripe quer livrar-se
Arranje um jeito de disfarce,
Evite o aperto de mão.
Mas se vexado consente,
Lave as mãos frequentemente
Com bastante água e sabão.
Da gripe já está curado?
Bem, mas não queira, apressado
Voltar a vida ao normal.
Consolide bem a cura,
Senão você, criatura,
Recai, e propaga o mal."
Recomendado: leia livros sobre a Gripe Espanhola de 1918...
Fontes: E o ex e futuro presidente do Brasil morreu de gripe… a Gripe Espanhola de 1918... - Google e Scielo - Imagem: Capa do jornal 'Gazeta de Notícias', de 15 de outubro de 1918 (Domínio Público)
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