General Pedro Labatut |
Pouco se sabe sobre a vida de Pedro Labatut antes da sua vinda ao Brasil, a convite de D. Pedro I e José Bonifácio, para formar e comandar o Exército Pacificador durante a Independência do Brasil na Bahia. Veterano do exército napoleônico, existem relatos de sua participação nas guerras de Independência da América Espanhola, quando recebeu a alcunha de “Pirata do Caribe”.
Em 14 de julho de 1822, Labatut parte do Rio de Janeiro e, acompanhado por alguns regimentos e armas, desembarca em Alagoas antes de fazer o caminho de volta à Bahia por terra. Após reunir mais homens em Pernambuco, o General Labatut e seu Exército Pacificador chegaram à Feira do Capuame, atualmente município de Dias D’Ávila, no dia 28 de outubro. Este era o local onde os milicianos brasileiros, comandados pelo coronel Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque D’Ávila Pereira, haviam montado seu quartel general. No mesmo dia foi passado a Labatut o comando das operações.
O General Labatut fez inúmeras promessas para conseguir mais adesões para as fileiras do seu exército, desde riquezas e glória até a liberdade para os escravos que se alistassem. Para manter a ordem das tropas, também foi bastante rigoroso, inclusive com castigos físicos para os não escravos, atitudes que desagradaram muito aos Senhores de Engenho. No entanto, Labatut obteve grandes sucessos durante seu comando na guerra. Num conflito que se desenvolvia como guerra de guerrilha, sob sua liderança foram conseguidas vitórias decisivas para os brasileiros: a Batalha de Pirajá e a derrota da Armada portuguesa quanto estes tentaram retomar a Ilha de Itaparica.
A Batalha de Pirajá foi a mais importante de todo o conflito e ocorreu no dia 08 de novembro de 1822. O enfrentamento teve início quando os portugueses atacaram na região do Cabrito, Pirajá e Campinas, numa tentativa de romper o bloqueio exercido pelos brasileiros que impedia o abastecimento da cidade de Salvador. Após horas de combate, o comandante Barros Falcão, para evitar a derrota dos brasileiros, ordenou o recuo das tropas, mas, não se sabe por quê, o corneteiro Luís Lopes tocou o sinal de avançar tropas, o que acabou por prolongar o enfrentamento e dar a vitória aos brasileiros. Entre os dias 07 e 09 de janeiro de 1823, Madeira de Melo, em mais uma tentativa de romper o eficiente bloqueio realizado pelos brasileiros, ordenou que a Armada portuguesa situada na Baía de Todos os Santos atacasse a Ilha de Itaparica. Mas seus esforços foram frustrados pela atuação da flotilha de João das Botas e pelos moradores da Ilha.
No entanto, apesar das vitórias, as posturas do General Labatut em relação tanto às tropas quanto aos Senhores de Engenho da Província estavam causando um grande mal estar. Segundo os relatos do Conselho de Governo Interino, situado na cidade de Cachoeira, o general francês se considerava a maior autoridade da Bahia, desrespeitando as decisões deste órgão, mandando prender e espancando soldados, o que provocou uma conspiração para retirá-lo do comando das operações. Desconfiado das manobras para destituí-lo, Labatut mandou prender o coronel Felisberto Gomes Caldeira e Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque D’Ávila Pereira. Ainda ordenou que o coronel Lima e Silva atacasse o 3º Batalhão que havia se rebelado após a prisão de Felisberto. Com o apoio do Conselho Interino de Governo, Lima e Silva reuniu vários oficiais e decidiram não cumprir as ordens, depor Labatut e prendê-lo, o que ocorreu em 21 de maio de 1823.
Após a guerra Pedro Labatut é libertado e retorna à Bahia em 1824, quando é homenageado por sua atuação durante a Guerra de Independência, permanecendo na província até a sua morte em 24 de setembro de 1849.
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Fonte: *Os Heróis do Brasil | Labatut, O General da Independência (reprodução) - Imagem: Domínio Público
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