Se o Brasil seguir a tendência de outros países e oficializar a indústria da maconha, nós teremos “uma fábrica de esquizofrênicos“ - A opinião é do psiquiatra Valentim Gentil Filho (foto), professor titular da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), convidado do programa Roda Viva, apresentado na TV Cultura no dia 4 de novembro de 2013.
O Dr. Valentim é bastante controverso, por defender que além de que a maconha continue ilegal, também a volta da antiga política manicomial, para internação compulsória de pessoas com distúrbios mentais agudos. Para o psiquiatra, que é um dos maiores opositores à legalização da maconha no Brasil, a sociedade tem sido conivente e omissa em relação à droga, e os riscos provocados por ela não têm sido bem divulgados.
Gentil Filho contou no programa que, segundo estudos bem fundamentados, a maconha aumenta em 310% o risco de esquizofrenia quando consumida uma vez por semana na adolescência. E trata-se de uma doença incurável: “O esquizofrênico pode ter uma vida praticamente normal, mas sempre há uma sequela”. Veja a entrevista:
Opinião:
Isso ocorreu em países que legalizaram? Por exemplo, nos EUA e no Uruguai aumentou em 310% os casos de esquizofrenia? No mais a legalização da maconha, acredito, só vai aumentar a fiscalização para que os jovens não a usem antes dos 18 anos, da mesma forma que já acontece com outras drogas tais como tabaco, álcool e drogas de venda controlada.
Para aumentar a fiscalização, evitando de forma mais eficaz o consumo por parte de crianças e adolescentes, o caminho mais produtivo parece ser mesmo o da legalização. Assim pode se estabelecer um maior controle por parte dos pais, dos profissionais de saúde e órgãos governamentais, com maior foco na prevenção que na repressão.
Fato é que com a erva na ilegalidade fica muito mais fácil o acesso e consumo por parte da juventude, como era com cigarro e bebida alcoólica antes da proibição da venda a menores de idade. Sendo legalizada a venda, o consumo - seja recreativo, medicinal ou ambos - e o plantio para uso próprio, certamente os pais continuarão a não permitir que seus filhos menores de idade plantem sua própria erva ou a usem livremente, ou seja, na esfera familiar pouco mudam, lembrando que a venda e consumo deve ser restrita a maiores de idade.
Com a regulamentação - se for seguida como modelo a legislação já adotada em outros países aonde a descriminalização, legalização e regulamentação já vem sendo feitas com sucesso - os dispensários também não vão poder vender pra quem não tiver a idade mínima determinada por lei, pois os usuários terão que ter cadastrado ou possuir receita médica. Os menores que precisem da maconha medicinal poderão ter acesso através de prescrição médica, usando-a assim de maneira segura, com controle e acompanhamento médico especializado.
A legalização, como já foi amplamente debatido e está sendo comprovado em diversos países, também deve trazer efeitos positivos à economia, com fim do tráfico ilegal, a geração de empregos e impostos.
Abram a mente pois o mundo tomou um caminho sem volta com relação à política de drogas, hoje a questão não é mais se vai legalizar a cannabis no Brasil e sim quando vai. Uma coisa é certa, como está hoje só quem ganha é o tráfico de drogas, afinal a droga ilegal é o "uísque do Al Capone".
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