sábado, 31 de maio de 2025

Itaipu: a energia que move pessoas

Por trás das turbinas, um projeto de país que transcende fronteiras e ideologias

Por Ronald Stresser, para o Sulpost*

 
Escolha técnica: diretoria de Itaipu, nomeada pelo presidente Lula em 28/03/2023. Competência, compromisso e humanidade - Rafa Kondlatsch/Itaipu Binacional
 

Na fronteira onde Brasil, Paraguai e Argentina se encontram, pulsa um coração que não apenas ilumina casas, mas também acende esperanças. Ali, entre as curvas do Rio Paraná, Itaipu Binacional segue fazendo história. Não só pelos recordes impressionantes — como o que a colocou no Guinness como a maior geradora de energia limpa do planeta — mas pelo que representa na vida real das pessoas.

Sob a condução serena e firme do economista Enio Verri e de uma diretoria que alia competência técnica a um olhar humano, a usina mostra que é possível produzir em larga escala sem agredir o mundo à nossa volta. Mais do que uma potência energética, Itaipu vem se tornando um símbolo de transformação concreta: social, ambiental e econômica. Um exemplo de que progresso de verdade é aquele que chega à ponta, que muda vidas, que respeita a natureza e que abraça comunidades inteiras com dignidade.

Desde março de 2023, quando assumiu a direção-geral brasileira da binacional, Verri tem mostrado que é possível conciliar produção em larga escala de energia com o compromisso com as pessoas. E não apenas com os mais de 20 milhões de brasileiros que recebem eletricidade a preços acessíveis graças à Itaipu. Mas também com aqueles que vivem nas cidades da região trinacional, muitas vezes esquecidas pelos grandes projetos nacionais.

“A Itaipu é hoje a grande bateria do Brasil”, declarou Verri em entrevista ao programa A Voz do Brasil. “Mas queremos que ela seja também o coração de um novo modelo de desenvolvimento regional, trinacional, sustentável e inclusivo.”

Essa visão tem ganhado forma concreta por meio de um ambicioso Plano de Desenvolvimento Econômico da Região Trinacional, elaborado em parceria com a sociedade civil, representada por instituições como a ACIFI, o Codefoz e o Codetri. O ponto de partida foi um estudo detalhado — o Foz em Números — que radiografou o potencial de 11 municípios em um raio de 50 quilômetros de Foz do Iguaçu, abrangendo cidades brasileiras, paraguaias e argentinas. Juntas, essas cidades somam um PIB de R$ 82 bilhões e uma população que rivaliza com a de várias capitais brasileiras.

Mas números, por si só, não mudam vidas. O que tem feito a diferença é a disposição de ouvir, planejar e agir. Enio Verri tem promovido o diálogo entre governos, empresas, universidades e a população local. “Precisamos olhar para 2050 e nos perguntar: que tipo de desenvolvimento queremos? Que matriz econômica queremos construir juntos?”, questiona o diretor.

A fórmula do desenvolvimento regional não se escreve apenas com números — embora os números impressionem. Foz do Iguaçu, por exemplo, viu sua economia dar um salto de 183% em apenas uma década, superando com folga os índices estaduais e nacionais. Mas por trás desse crescimento estão pessoas. Está o comerciante que legalizou seu pequeno negócio. Está o jovem que trocou o trabalho informal por um emprego com carteira assinada. Está a mãe que viu a escola dos filhos melhorar e o posto de saúde funcionar. Esse avanço foi possível porque a cidade — e a região ao redor — decidiu acreditar que é possível crescer com responsabilidade. Investiu em turismo de verdade, educação de qualidade, saúde acessível, rotas logísticas inteligentes e uma economia que convida todos a participar, de forma justa e regularizada. É assim que o desenvolvimento deixa de ser discurso e passa a ser realidade.

Não por acaso, até mesmo adversários políticos têm encontrado na Itaipu um terreno comum. Recentemente, o prefeito de Foz, Joaquim Silva e Luna (PL), visitou Enio Verri (PT) para discutir projetos para a cidade. A cordialidade institucional deu lugar a algo ainda mais raro: o reconhecimento mútuo em nome do bem comum. “A Itaipu é um verdadeiro ministério em Foz do Iguaçu”, afirmou o prefeito, ao agradecer pelos investimentos sociais e em habitação. Um gesto que diz muito sobre o novo espírito que sopra sobre a fronteira.

O plano trinacional prevê ainda a criação de uma agência de desenvolvimento econômico, uma usina de projetos e um escritório de atração de investimentos — ferramentas que podem revolucionar a forma como se pensa o futuro da região. Tudo isso sem perder de vista o compromisso ambiental. Afinal, Itaipu não é apenas fonte de energia elétrica; é também guardiã de reservas ambientais, parceira da agricultura sustentável e símbolo de uma economia verde que o mundo inteiro precisa aprender a construir.

É nesse espírito de compromisso com as pessoas e com o futuro que o diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, tem conduzido um trabalho silencioso, mas profundamente transformador. Ao ampliar a área de atuação da usina para todos os 399 municípios do Paraná, Carboni reforça o papel de Itaipu como uma força viva, que pulsa junto das comunidades e não se limita às margens do rio que lhe dá nome.

Mais do que infraestrutura, o que se constrói é consciência. Foi ele quem trouxe ao centro do debate a urgência climática que já afeta, de forma desigual, quem planta, colhe e põe comida na mesa do brasileiro. Ao promover a palestra “Mudanças Climáticas e Impactos na Agricultura Familiar”, ministrada pelo geógrafo Andrei Cornetta, Itaipu estendeu a mão aos pequenos produtores — aqueles que sentem primeiro e mais intensamente os efeitos da seca, das chuvas fora de hora, das estações desreguladas. Como lembrou o especialista, pensar em políticas de adaptação territorial é garantir não só alimentos, mas dignidade no campo. E Carboni sabe: em tempos de crise climática, agir com lucidez e solidariedade é tão urgente quanto produzir energia.

Hoje, quando o sol se põe e o vento cessa, é a energia firme de Itaipu que garante que a luz continue acesa. Mas talvez a maior luz que a usina projeta seja mesmo a que ilumina consciências: a de que é possível, sim, fazer política pública com competência técnica, eficiência ecológica e sensibilidade humana.

E se Itaipu já foi símbolo de integração binacional, agora começa a se tornar símbolo de algo ainda maior: uma integração humana e fraterna, que supera fronteiras, ideologias e diferenças. Porque energia, no fim das contas, é isso: potência para transformar. E Itaipu, sob a liderança de Enio Verri, tem mostrado que sabe transformar — com dignidade, com coragem e com o povo no centro de tudo.

*com informações da EBC.

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