A volta da indústria: Brasil retoma caminho da reindustrialização com energia eólica offshore como destaque
Por Ronald Stresser
Energia eólica offshore impulsiona indústria brasileira - Pixabay |
Após meia década de declínio, o Brasil começa a apresentar fortes sinais de reindustrialização. O setor de energia renovável — especialmente a eólica offshore — desponta como peça-chave nesse movimento. Com o avanço da tecnologia, a pressão global por energia limpa e um potencial natural que poucos países no mundo podem igualar, o Brasil parece finalmente encontrar fôlego para reverter a desindustrialização que marcou os últimos anos.
Durante a gestão anterior, a indústria brasileira enfrentou um período difícil, afinal foram três anos de queda durante os quatro anos do governo Bolsonaro. Os números reforçam a urgência do processo. No último ano da gestão bolsonarista, o setor recuou 0,7% e terminou o ano com uma produção 2,2% abaixo do nível registrado no pré-pandemia. Foi um período em que a palavra "desindustrialização" deixou de ser um mito para se tornar realidade. Mesmo em 2021, quando a produção cresceu 3,9%, o resultado não foi suficiente para compensar os anos de retração acumulada.
Os números registrados pelo IBGE não retrtam apenas um cenário de crescimento industrial: mostram um plano, um projeto em franca expansão para mudar a trajetória de um setor que, por muito tempo, foi negligenciado. E é justamente contra esse pano de fundo, de um país que rumava exclusivamente ao fomento do setor agropecuário que o atual movimento ganha força. O setor tecnológico ganhou novo fôlego, e dentro deste contexto, a energia eólica offshore está emergindo como um símbolo dessa virada brasileira rumo à industrialização sustentável.
A aposta na energia eólica offshore
Há décadas o Brasil tem tudo para ser o maior protagonista global no setor de energia renovável, e no atual contexto global a energia eólica, gerada offshore, é um exemplo claro deste papel. Com uma faixa costeira de 7.491 km de extensão e ventos constantes, em especial na região Nordeste, o país oferece enorme potencial para se destacar nesse mercado. Mais do que geração de energia limpa, o setor eólico movimenta toda uma cadeia de produção e logística, que vai da fabricação de turbinas à construção de plataformas e serviços de manutenção.
Essa aposta, no entanto, não é apenas econômica. Ela carrega consigo a possibilidade de ressignificar a indústria nacional. A instalação de novos parques eólicos, bem como a ampliação dis já existentes, se traduz na geração de empregos de alta qualificação, na transferência de tecnologia, atração de investimentos estrangeiros, fatores que inserem definitivamente o Brasil no atual cenário global que buscaca, com urgência, aliar tecnologia com sustentabilidade. A energia eólica offshore, além de ser um importante alicerce da transição energética, pode ser o motor para reerguer a indústria brasileira, impulsionando nosso parque industrial rumo ao futuro.
Reconstruir para avançar
Claro, o desafio é enorme. Os anos de desindustrialização deixaram marcas profundas. Sem uma política industrial consistente, muitas empresas fecharam as portas, e o Brasil perdeu espaço em setores estratégicos. O esforço agora precisa ser conjunto: governo, setor privado e sociedade têm de estar alinhados para recuperar a competitividade da indústria nacional.
Ainda assim, os primeiros sinais são animadores. A retomada da produção industrial, somada ao foco em setores estratégicos como o de energia renovável, traz perspectivas mais otimistas para o futuro. O que está em jogo não é só o crescimento econômico, mas a reconstrução de uma base industrial capaz de competir em um mundo que exige cada vez mais inovação e sustentabilidade.
A reindustrialização brasileira, puxada pela energia eólica offshore, não é apenas uma possibilidade. É uma necessidade. E, dessa vez, parece que o país está disposto a não desperdiçar o vento a favor.
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