terça-feira, 17 de dezembro de 2024

A sombra do passado e a urgência da paz no Oriente Médio

A dor do conflito no Oriente Médio: entre memórias sombrias e o apelo pela paz

Ronald Stresser / Dezembro de 2024

 

 
Em um mundo marcado por crises, duas guerras ocupam o centro das atenções globais. De um lado, a invasão russa à Ucrânia, com suas trincheiras geladas e cidades devastadas. De outro, a escalada no Oriente Médio, onde Israel e grupos palestinos protagonizam um dos conflitos mais dolorosos e complexos de nossa era.  

A recente explosão de violência começou com um ataque chocante. Durante uma festa rave no sul de Israel, jovens que celebravam a vida foram brutalmente assassinados em um ataque terrorista coordenado pelo Hamas. As imagens de corpos espalhados pelo deserto relembram o mundo do custo do extremismo e evocam memórias de outros tempos sombrios, como o genocídio nazista que exterminou milhões de judeus durante o Holocausto.  

Uma história de dor e resistência

Para entender a resposta de Israel, é essencial revisitar sua história. O povo judeu carrega uma trajetória milenar marcada por expulsões, perseguições e genocídios. O Holocausto, o mais brutal desses capítulos, é uma ferida ainda aberta, lembrada não apenas pelo horror de seus números, mas pela promessa que o mundo fez depois: "Nunca mais."  

Entretanto, o “nunca mais” parece ameaçado. Nos últimos anos, o antissemitismo voltou a crescer, encontrando eco em discursos radicais e atos de violência. É nesse cenário que Israel se vê confrontado com ataques que atingem diretamente sua população civil. Em meio ao luto, sirenes e explosões, o povo israelense vive o dilema de ter que se defender enquanto carrega o peso de críticas internacionais.  

O terrorismo como gatilho

O que difere o atual conflito de outras guerras não é apenas a escalada desproporcional da violência, mas também sua natureza. O Hamas não ameaça apenas os israelenses, mas também seu próprio povo  que é usado covardemente como escudo, agravando ainda mais a tensão na região e o sofrimento de uma população extremamente fragilizada. São crianças, mulheres e idosos que, de ambos os lados, estão pagando com suas vidas pela insanidade de um conflito que já deveria ter encontrado fim.  

Também é importante frisar que o Hamas não age isolado. Grupos extremistas encontram apoio político e financeiro em diversos cantos do mundo, perpetuando ciclos de violência. E é justamente esse apoio, ou a ausência de uma condenação clara, que alimenta a instabilidade na região. O terrorismo, seja onde for, deve ser condenado de forma absoluta por todas as pessoas que desejam viver em um mundo livre dos horrores da guerra. Nenhuma ideologia justifica o assassinato de inocentes.  

A resposta de Israel, um direito soberano

Israel, como qualquer nação, tem o direito soberano de se defender. É difícil imaginar outro país tolerando ataques contra suas cidades sem uma resposta contundente. Mas as consequências dessa defesa são profundas: a cada bomba, a cada retaliação, vidas inocentes são destruídas, tanto em Israel quanto na Palestina.  

O governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, hoje é fortemente criticado por sua resposta militar considerada desproporcional por muitos. Mas, para os israelenses que vivem sob o som das sirenes e a constante ameaça de foguetes, a questão é de sobrevivência. Como garantir segurança sem ação? Como proteger suas famílias quando o perigo bate à sua porta?  

Um caminho para a paz

Embora a guerra tenha se tornado uma triste rotina na região, a paz não é uma utopia inatingível. A história mostrou que diálogos improváveis podem trazer resultados duradouros. Acordos históricos, como o de Camp David ou os tratados de paz entre Egito e Jordânia, são provas de que a mediação internacional e o comprometimento de um cessar-fogo definitivo das partes envolvidas pode abrir caminho para a paz.  

Hoje, mais do que nunca, é emergente um cessar-fogo real e duradouro, que parece distante com a resistência por parte da Palestina e de seus aliados em oferecer a rendição. Entretanto isso só parece ser possível se o lado agressor – o terrorismo – for condenado definitivamente por todos os atores envolvidos em ambos os lados. A comunidade internacional tem o dever moral de agir, não apenas condenando os atos de violência, mas pressionando por soluções diplomáticas que coloquem um final definitivo a décadas de sofrimento.  

O povo israelense quer viver, não apenas sobreviver com a tensão e o medo dos constantes ataques terroristas. O povo palestino, igualmente, quer dignidade, não caos. Ambos certamente desejam algo em comum: a paz. O desafio agora é construir mais pontes onde parece haver apenas muros, apostando no diálogo aos invés das armas, garantindo que a história não se repita. Nem para os judeus, nem para os palestinos, nem para qualquer povo que clama por justiça e humanidade.  

O apelo é claro: o mundo não pode assistir passivamente. A guerra não tem vencedores. Apenas vítimas. Que o grito de ambos os lados seja ouvido por todos e que a única resposta seja a paz.

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