Jair Bolsonaro e o golpe que deu ruim: como o Brasil chegou tão perto de uma vexaminosa tragédia anunciada
Bolsonaro - Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |
Imagine um presidente da República, eleito para proteger a democracia, tramando sua destruição. Parece roteiro de um thriller político, mas é o resumo de uma investigação que pesa contra Jair Bolsonaro. O relatório da Polícia Federal, com impressionantes 884 páginas, coloca o ex-presidente como líder de uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado para se agarrar ao poder.
Não, isso não é exagero. É um retrato assustador de como chegamos perto de uma ruptura democrática inédita. Segundo a PF, o plano incluía até assassinatos: Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes eram alvos potenciais. O nome dado ao esquema golpista? "Operação Punhal Verde e Amarelo". Parece piada de mau gosto, mas era um projeto real — e detalhado.
Só não deu certo porque Bolsonaro encontrou um "não" categórico nos comandantes do Exército e da Aeronáutica. Já o comandante da Marinha? Apoiava. A democracia brasileira, afinal, escapou por pouco.
Mais chocante ainda é a robustez das provas. Gravações, rastreamento de celulares, delações premiadas, documentos... É como se os envolvidos não acreditassem que seriam descobertos. Ou talvez confiavam na impunidade.
E Bolsonaro? Finge que não é com ele. Em público, nada. Nos bastidores, dizem que tenta manobras para evitar a Justiça. Mas é tarde demais para o silêncio. A Procuradoria-Geral da República agora analisa se vai apresentar denúncia contra ele — e criminalistas dizem que é questão de tempo.
Essa trama sombria nos força a perguntar: como foi possível que um presidente legitimamente eleito decidisse subverter as regras do jogo? As evidências mostram que, desde 2019, Bolsonaro preparava o terreno. A falácia da fraude eleitoral era só o começo. Perdeu nas urnas, mas se recusou a perder no jogo sujo.
Para quem ainda veste verde e amarelo para defendê-lo, uma reflexão: até quando seguir um líder que não hesitou em colocar o país à beira do abismo? A verdade está clara. E, no Brasil, não há espaço para quem quer abolir o Estado de Direito. Golpe? Não aqui.
Ronald Stresser, da redação.
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