A ameaça nuclear que ronda a Ucrânia traz o risco de uma nova guerra mundial
Editorial: Ronald Stresser / 19 de outubro de 2024Hiroshima (esquerda) and Nagasaki (direita). Bombas mataram entre 129 e 226 mil pessoas, na maioria civis / CC0 |
A tensão crescente entre Rússia e Ucrânia, agora envolvendo o risco de armas nucleares, coloca o mundo em um perigo iminente. Durante uma coletiva recente, Vladimir Putin foi enfático ao dizer que a Rússia jamais permitirá que a Ucrânia obtenha ou desenvolva esse tipo de armamento. Ele respondia a rumores de que Kiev estaria muito próxima de alcançar essa capacidade destrutiva.
A simples possibilidade do uso de uma arma nuclear nesse conflito, que tem sido inflado por intervenções externas, já provoca medo em especialistas. Mesmo armas nucleares táticas, com menor poder destrutivo, trariam consequências devastadoras para a região e causariam um forte abalo na economia global.
O que está em jogo nos conflitos entre Rússia e Ucrânia e o de Israel contra os países árabes, não é apenas a segurança de uma nação ou a soberania e o direito de se defender de outra, mas a estabilidade do hoje fragilizado ecossistema político-financeiro global. Uma guerra nuclear, de qualquer proporção, traria consequências terríveis, espalhando destruição, crise humanitária e colapso econômico. O cenário em questão é grave e requer uma imediata resolução dos países membros das Nações Unidas em torno de uma solução pacífica, diplomática, que não alimente ainda mais a já acelerada corrida armamentista.
Ainda mais preocupante seria a possibilidade dos EUA cederem armas nucleares à Ucrânia, o que só aumentaria as tensões, pois essa manobra geraria uma resposta imediata, e muito provavelmente enérgica, da Rússia. O envolvimento de grandes potências em conflitos de nações menores, muitas vezes amplia a violência em vez de trazer soluções que podem convergir à paz. O mundo já observa, sem palavras, uma escalada insana nos conflitos entre Israel e grupos terroristas, membros das Nações Árabes no Oriente Médio, envolvendo Palestina, Líbano e Irã. A intervenção internacional, ao invés de trazer paz, parece estar contribuído para o prolongamento e a aceleração das guerras.
Diante desse cenário, a busca por soluções diplomáticas deve ser prioridade global. O grande gênio da humanidade, Albert Einstein, já nos alertou: "Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus". A guerra fria se foi mas a humanidade está, novamente, à beira de uma tragédia que todos, como sociedade global conectada, devemos trabalhar para evitar.
A intervenção direta de grandes potências nesses conflitos localizados apenas atiça a chama da guerra. A história nos mostra que quanto mais países se envolvem, maior é o risco de uma escalada violenta, que pode levar a um conflito bélico de proporções globais. O mundo precisa de mais diálogo, de mais diplomacia, e não de mais armas.
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