quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

O Arquivamento de Ney

O Sr. Ney Braga, assim que se percebeu que o chão lhe fugia dos pés com a fragorosa derrota eleitoral do Sr. Saul Raiz, teve a reação daqueles que se sentem injustiçados: declarou que, em face do pronunciamento do povo paranaense, retirava-se definitivamente da vida pública.

A derrota não fora apenas de Saul Raiz, mas do próprio Ney, candidato a Senador, que perdeu, com larga margem, para um jovem recém-ingressado na política do Paraná. Foram dessas feridas profundas que custam a cicatrizar e quando cicatrizam deixam a marca indelével da lesão.

Refrescados os ânimos, o político que vive política, fala política, come política, porque respira política, chegou à conclusão que não podia vestir o pijama de general reformado e ceder o seu lugar para qualquer aventureiro, que dele se apossasse. Voltou do exterior articulando os seus companheiros, fazendo balanço dos estragos da luta, reunindo os destroços da batalha, tal como general que viu as suas trincheiras violadas e, após a passagem arrasadora das tropas inimigas, quer saber o que restou dos seus batalhões e o que ainda pode ser salvo do curriculum da sua brilhante e até então vitoriosa carreira política.

Quando inicia, penosamente, o seu trabalho de recomposição, eis que os seus superiores lhe apontam, fantasiado de comandante, um transfuga da banda marcial que se acobertara em outro batalhão fora da luta, para que ele, enfeitando-o de falsas medalhas, o fantasiasse de novo comandante. Evidentemente o Sr. Ney Braga não tem vocação para ajudante de ordens, muito menos para ordenança.

Eleito o Sr. Paulo Pimentel para a direção regional do PDS pode Ney levá-lo, pelas mãos, a Brasília e com ele desfilar nas ante-salas dos ministérios ou nos corredores do Parlamento e dos restaurantes, onde se almejam candidatos e candidatos a Presidente da República. Mas Ney Braga, como Juruna, onde quer que esteja será sempre o Cacique, e não permitirá que o novo e falso dirigente do seu Partido decrete o seu arquivamento. Ney Braga sabe que vinte anos de Poder é o preço que pagou para o seu ingresso na História Política do Paraná.

Jornalista Roberto Barrozo Filho (28.6.83 - RSS)
Jornalismo Sem Censura

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