"Cometa do Século" poderá ser visto do Brasil

Cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) poderá ser visto no céu noturno brasileiro

 

© MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

O cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), considerado um dos eventos astronômicos mais importantes deste século, está prestes a atingir sua máxima visibilidade. Conhecido como "Cometa do Século", ele passará mais próximo da Terra no domingo, 13 de outubro, a uma distância de aproximadamente 70 milhões de quilômetros. Segundo o pesquisador Filipe Monteiro, do Observatório Nacional (ON), o cometa já passou por seu periélio — o ponto mais próximo do Sol — em 27 de setembro.

O cometa esteve difícil de observar durante os últimos meses devido à sua proximidade com o Sol, o que ofuscou sua visibilidade. No entanto, a partir da segunda semana de outubro, as condições para observá-lo a olho nu podem melhorar, especialmente após o pôr do sol.

Visibilidade a olho nu ainda é incerta

Apesar da expectativa, Monteiro alerta que não há garantias de que o cometa será visível a olho nu, já que a luminosidade desses corpos celestes pode ser imprevisível. "Ainda pode ser necessário o uso de binóculos ou telescópios para capturar a imagem do cometa", afirmou o astrônomo.

Condições de observação

Para quem deseja observar o "Cometa do Século", a dica é buscar locais afastados da poluição luminosa. Nos dias anteriores ao dia 13, é recomendado observar o céu ao amanhecer, olhando para o horizonte leste, por volta das 4h30. Monteiro explica que, com instrumentos como binóculos ou câmeras, pode-se visualizar uma mancha difusa no céu.

Já na segunda quinzena de outubro, o cometa será visível logo após o pôr do sol, no horizonte oeste. Durante essa fase, o cometa transitará pelas constelações do Sextante (em setembro), Serpente e Ofiúco (em outubro). "O maior desafio será encontrar um local com o horizonte oeste desobstruído, pois o cometa estará relativamente baixo no céu, a até 30 graus de altura", destacou Monteiro.

Por que 'Cometa do Século'?

O apelido "Cometa do Século" foi dado ao C/2023 A3 devido ao seu brilho, que deve ser comparável ao do famoso cometa Hale-Bopp, que iluminou os céus em 1997. A designação técnica do cometa revela detalhes sobre sua descoberta: a letra "C" indica que é um cometa não periódico, o que significa que ele vem da Nuvem de Oort e pode demorar milhares de anos para retornar ao Sistema Solar. A denominação Tsuchinshan-ATLAS refere-se às instituições responsáveis pela sua identificação, que ocorreu no mês de janeiro de 2023.

Monteiro explica que os cometas são "fósseis" do Sistema Solar, compostos por poeira, rocha e gelo. Quando se aproximam do Sol, eles liberam gases e formam suas icônicas caudas brilhantes. A expectativa é que o C/2023 A3 nos ofereça um espetáculo único e memorável.

Oportunidade rara

Este evento astronômico promete ser um dos momentos mais marcantes para os observadores de estrelas neste século. Mesmo que sua visibilidade a olho nu não seja garantida, a chance de presenciar um cometa tão brilhante é rara. Assim, prepare seus binóculos e escolha um bom local para assistir a esse fenômeno que marcará a história da astronomia.

Ronald Stresser, com informações do Observatório Nacional.