JAIME LERNER: 'QUEM CRIA, NASCE TODO DIA'
"Quando me perguntam de onde vem essa ansiedade em criar coisas novas, digo que talvez a tentativa de não perder ideias e anos e que sou muito moço para ficar velho.
Têm os que envelhecem porque não gostam de tentar, de medo do ridículo, ou por soberba intelectual. Da minha parte, talvez, ansiedade, vontade de inovar, ou cansado de fazer aquilo que já sei.
Mas quem pensa que sabe
Não sabe o que pensa
Contar é dividir com os outros
Descobertas e incertezas
Prazeres e vexames
Ainda mais em Curitiba, onde o olhar é sempre crítico e o mau olhado sempre crítico.
O que será que vão achar dessa aventura de escrever, a ventura de adivinhar?
Eu nunca acho, procuro.
Encontro fatos e fantasias que me fizeram ter um olhar sempre divertido sobre esse itinerário que é a rua da minha vida, e que passa, como escreveu Drummond, por vários países.
Mas é uma visão preguiçosa que procura escrever o menos possível, porque a intenção é não esquecer o que tanta gente me ensinou."
(17/12/1937 - 27/05/2021)
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