Fernando Pessoa, em 1929. (Wikimedia Commons) |
"Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!"
Assinado pelo próprio Fernando Pessoa - e não por nenhum dos seus heterônimos -, o poema "Isto", foi publicado na revista Presença em 1933, e é um metapoema, isto é, um poema que discorre sobre o seu próprio processo de criação.
Fernando António Nogueira Pessoa (1888/1935), foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português. Fernando Pessoa é o mais universal poeta português de todos os tempos.
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