sábado, 19 de janeiro de 2019

Graciliano Ramos: “A arma do escritor é o lápis”




Graciliano Ramos
Olha esse recado de Graciliano Ramos, em um romance que escreveu publicado em 1934. Ao ler, imaginem adicionar "no Facebook" depois da frase "Pois quem se mete a escrever"...

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. 

Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. 

Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer".
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Fonte: http://graciliano.com.br/site/obra/linhas-tortas-1962/ - Imagem: O alagoano Graciliano Ramos (CC0)

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