quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Como evitar a intoxicação alimentar nas festas de fim de ano





Blog da Saúde*: Os grandes banquetes são as principais tradições das festas de Natal e Ano Novo. As ceias são ótimas oportunidades para reunir familiares e amigos em volta de uma mesa repleta de pratos deliciosos aguardados durante todo o ano. Porém, para garantir que as confraternizações não acabem com uma visita ao hospital é importante ter atenção redobrada com a conservação e manipulação dos alimentos para evitar as chamadas doenças transmitidas por alimentos.

A analista do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Juliene Borges, monitora o perfil das doenças transmitidas por alimentos no país e esclarece que, em geral, as doenças não são graves, mas é preciso atenção. “As doenças transmitidas por alimentos geralmente envolvem sintomas no trato intestinal por um período limitado e normalmente os sintomas desaparecem em pouco tempo. Mas, é importante entender que algumas bactérias, por exemplo, podem atingir outros órgãos, o que é muito perigoso”, esclarece.

Orientações gerais para cuidados com alimentos

A maioria das contaminações alimentares ocorre nos domicílios, como resultado de falhas higiênicas na manipulação e conservação dos alimentos. Juliene Borges esclarece que a prevenção é a melhor forma de evitar maiores complicações.

Pensando nas ceias de Natal e Ano Novo, ela explica que os cuidados devem começar ainda no supermercado. “Todas as pessoas que preparam ceias devem observar os alimentos desde a compra. É preciso ter atenção com qualidade dos alimentos, com o ambiente onde foi comprado, com as condições da embalagem e com a validade”, disse.

Por isso, ao preparar suas refeições em casa, é importante seguir algumas dicas simples para prevenir infecções:

Nas compras e na preparação:

- O tempo máximo para armazenar os alimentos perecíveis após as compras é de até 2 horas. No transporte dos alimentos, evite deixá-los em locais quentes.
- Lave sempre as mãos com água e sabão antes de preparar ou comer um alimento.
- Sempre verifique a validade dos produtos e não utilize latas amassadas, estufadas, enferrujadas ou embalagens danificadas.
- Higienize o local e os utensílios antes de preparar qualquer alimento.
- Descongele os alimentos na geladeira ou no micro-ondas.
- Os alimentos descongelados devem ser mantidos sob refrigeração até o cozimento e consumo, não devendo ser recongelados. Deve-se evitar também comer carnes cruas ou malpassadas.
- Evite cozinhar se estiver doente. 
- Esfregue bem as frutas e hortaliças ao lavá-las em água corrente. Em seguida mergulhe-as em hipoclorito de sódio 2,5% e depois enxague-as para consumo.

Durante o consumo:

- Evite a contaminação cruzada: Não utilize os mesmos utensílios para manipular alimentos crus e cozidos.
- Não deixe a comida exposta na mesa ou no fogão se não for consumi-la imediatamente e guarde as sobras das preparações na geladeira logo depois da refeição
- Consuma apenas leite pasteurizado ou fervido e os seus derivados que tenham passado pelo mesmo processo.
- Mantenha os alimentos prontos para o consumo em temperaturas seguras. Se não for consumi-los imediatamente, deixe-os refrigerados (abaixo de 5°C) ou aquecidos (acima de 60°C).

Cuidados com a alimentação fora de casa

Além disso, Juliene explica que cuidados também precisam ser tomados ao sair para festas em outros ambientes. “Para pessoas que forem confraternizar fora de casa, é importante observar a higiene do local, a temperatura dos alimentos (se estão aquecidos ou refrigerados), os cuidados dos manipuladores com a comida e a disposição dos alimentos (se não estão amontoados, por exemplo) ”, disse.

Nesses casos, é importante observar que se você adoecer após o consumo de água ou alimento, pode ser que outras pessoas também tenham adoecido pelo mesmo motivo. Por isso, ao procurar o serviço de saúde, sempre informe onde você realizou suas últimas refeições e se outras pessoas também relataram sintomas semelhantes. A contribuição é muito importante para que a equipe de saúde possa investigar um possível surto de doença transmitida por água ou alimento.

Janaina Bolonezi, para Blog da Saúde
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Fonte: Blog da Saúde/Ministério da Saúde (reprodução)

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