Paraná em disputa: entre tradição e continuidade, a corrida pelo governo de 2026 já começa a moldar o futuro do estado que mais cresce no Brasil
Por Ronald Stresser | Sulpost
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| Sérgio Moro, Requião Filho, Rafael Greca e Alexandre Curi são os 4 primeiros colocados na disputa para o governo do Paraná, em 2026. |
Enquanto o Paraná desponta como uma das potências econômicas e sociais do Brasil, a corrida eleitoral para o governo do estado em 2026 ganha contornos cada vez mais humanos, estratégicos e simbólicos. A nova pesquisa da Neokemp, divulgada pela Gazeta do Povo, confirma o que há meses vem se desenhando nos bastidores políticos: o jogo está longe de estar decidido. E em meio ao favoritismo isolado do senador Sergio Moro, dois nomes concentram as atenções por razões bem distintas — Requião Filho, que carrega no sobrenome a herança da política séria e combativa, e Alexandre Curi, o deputado que encarna o projeto de continuidade do atual governo Ratinho Junior.
Requião Filho: política com rosto, história e propósito
Há quem diga que a política perdeu alma. Mas para Requião Filho, isso nunca foi verdade. Em seu terceiro mandato como deputado estadual, com atuação destacada na Assembleia Legislativa do Paraná, ele tem se posicionado como uma das vozes mais lúcidas — e humanas — na oposição ao atual governo. Representando o PDT, o parlamentar defende uma política de Estado com propósito, focada em desenvolvimento regional, geração de empregos, preservação dos serviços públicos e responsabilidade fiscal.
Na nova sondagem da Neokemp, Requião aparece com 13,2% no primeiro cenário e 14,1% no terceiro, consolidando-se como o nome mais competitivo fora dos extremos ideológicos. “As pessoas estão cansadas de extremos”, afirmou em nota. “O povo paranaense quer ouvir falar de projetos de futuro e de melhoria de vida, não do mesmo papo de ‘esquerda e direita’ que não acaba nunca.”
É um discurso que ecoa em ruas, feiras e assembleias populares. Filho do ex-governador Roberto Requião, ele herdou não apenas o nome, mas a firmeza no debate público. Sua presença contínua no segundo lugar em dois dos três cenários testados revela um eleitorado sedento por alternativas racionais, estáveis e com identidade paranaense.
Alexandre Curi: o nome da continuidade ganha corpo
Do outro lado do tabuleiro, quem também avança com força é Alexandre Curi, deputado estadual do PSD e um dos principais aliados de Ratinho Junior. Em um cenário político em que o atual governador é apontado como possível candidato à presidência da República, Curi surge como peça estratégica do governo para manter o controle do Palácio Iguaçu.
No segundo cenário testado pela Neokemp, Curi aparece com 12% das intenções de voto, à frente de nomes como Marcelo Belinati (6,2%) e Guto Silva (3,1%). Ainda que tecnicamente empatado com Requião e Greca em outros cenários, sua presença constante e sua ligação direta com a atual gestão o colocam no radar das articulações partidárias mais robustas do PSD.
Alexandre Curi tem investido em uma pauta municipalista, marcada por projetos como o ALEP Itinerante, que leva a Assembleia Legislativa aos quatro cantos do Paraná. A estratégia, além de ampliar sua visibilidade, reforça a imagem de um gestor próximo das realidades locais — algo que, no contexto paranaense, tem se mostrado decisivo.
Entre passado e futuro, um estado em busca de equilíbrio
Os números da pesquisa, que entrevistou 1.008 pessoas entre os dias 10 e 12 de junho de 2025, mostram um cenário fragmentado abaixo da liderança de Sergio Moro, que aparece com mais de 40% em todos os cenários. Ainda assim, o segundo pelotão — formado por Requião Filho, Curi e Rafael Greca — permanece tecnicamente empatado, sinalizando que a eleição está em aberto.
No coração da disputa está um embate silencioso sobre que tipo de Paraná os eleitores desejam para a próxima década. Um Paraná que retome sua identidade administrativa combativa, com a marca Requião, ou que dê continuidade ao atual modelo de gestão, representado por Curi.
Mais do que uma simples corrida eleitoral, o que está em jogo é a alma de um estado que quer mais: mais empregos, mais educação, mais desenvolvimento — sem abrir mão da ética, da seriedade e da escuta ativa.
A corrida apenas começou, mas os sinais são claros. O Paraná será, em 2026, o palco de um embate entre o passado que ensina, o presente que continua e o futuro que precisa ser construído com coragem.
- Ronald Stresser é editor do blog Sulpost, especializado em política, com foco nos impactos sociais das disputas eleitorais.


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