Sobre Fernando Pessoa

EU NÃO TENHO FILOSOFIA: TENHO SENTIDOS...

 

 

👆Texto a cima, e sua foto...
... autoria de Fernando Pessoa👇

  

A verdade que se sente, nada é além da mentira que não aconteceu. Meio sem jeito confesso, venho aqui tentar um dialogo e você meu amigo aí se fechando, fechado e nada de me ouvir. Insisto e te abro, me abro e você me joga na cara, frases, como: 

TEU SEIO AUGUSTO AMAMENTOU COM BRUTA E NATURAL CERTEZA O QUE, IMPREVISTO. DEUS FADOU. POR ELE REZA! 

Lembro-me de você, sempre quando distante quero saber se esta tudo bem comigo e levantando as mãos, mas para dar do que receber. Mesmo que seja o tempo, o tempo que me transforma de menino em idoso e nesses dois ausentes procuro roubar um tempo de sucesso que não acrescenta na vida de que somos no presente.

Sei que por alguma coisa me fez tornar confidente de suas palavras espalhadas em frase muitas vezes desconectas, mas que atinge em cheio minha alma. Por tão pouco a oferecer me deu um ombro para chorar, deu paz e se tornou um confidente, confiável. O amigo que lembramos quando estamos na beira do abismo, o coração acelerado com cuidado confessa ser amigo que queremos, embora espera que a pagina seja virada. 

FOSSE EU UMA METÁFORA SOMENTE ESCRITA EM ALGUM LIVRO OCULTO DE UM POETA ANTIGO, DE ALMA EM OUTRAS GAMAS... 

Perdão amigo, mas me sinto tão distante, não me sinto, sou. Aliás, com a minha pobre gramática e você com seu clássico 

E erudito a escrever, descubro que sou, vil, ridículo, mesquinho, grotesco e chego a ser comigo mesmo diante desse atrevimento cômico e errôneo. Vejo assim, a vida não é feita apenas de linhas retas; pelo contrário, equilibra ela e eu balançamos junto. 

EU NÃO TENHO FILOSOFIA: TENHO SENTIDOS... SE FALO NA NATUREZA NÃO É PORQUE SAIBA O QUE ELA É. MAS, PORQUE A AMO, E AMO-A POR ISSO, PORQUE QUEM AMA NUNCA SABE O QUE AMA NEM SABE POR QUE AMA, NEM O QUE É AMAR... 

Venho de campos distantes, sem poesias e sonetos e você nasceu em berço de livros no centro de uma biblioteca. Ao ver sua imagem, sua alma nas páginas e nas letras por letras, eu no espelho da minha mente dou um sorriso de orelha a orelha.

Imagino você estendendo a toalha e no chão a vida repartindo com as mãos um livro, com se o pão fosse. Não importa o tempo porque a canção, a alma, a risada consagra o momento. Ceia de amigos, ceia do amor sublime de letras em forma de sonhos e livros. 

PARA ALÉM DA CURVA DA ESTRADA, O MEU PENSAMENTOSÃO CONTENTES. SÓ TENHO PENA DE SABER QUE ELES SÃO CONTENTES, PORQUE, SE O NÃO SOUBESSE, EM VEZ DE SEREM CONTENTES TRISTES, SERIAM ALEGRES E ATÉ CONTENTES. 

Há momentos só queria estar em um lugar perdido. Perdido de tudo, distante. Longe de pessoas; das confusões; das obrigações; distante da cidade. Sem problemas. Mas sei que não é tão simples, assim temos amigos e muitas vezes confundimos com um inimigo. Talvez o melhor seria estar longe dos meus pensamentos. Mas isso é impossível. Por quanto tempo eu suportaria a mim mesmo? 

QUEM ME DERA

OUVIR DE ALGUÉM VOZES HUMANA QUE CONFESSA NÃO UM PECADO, MAS UMA INFÂMIA; QUE CONTASSE, NÃO UMA VIOLÊNCIA, MAS UMA COVARDIA! NÃO, SÃO TODOS O IDEAL, SE OS OUÇO E ME FALAM.

QUEM HÁ NESTE LARGO MUNDO QUE ME CONFESSE QUE UMA VEZ FOI VIL? Ó! PRÍNCIPE, MEUS IRMÃOS, ARRE! ESTOU FARTO DE SEMIDEUSES! ONDE É QUE HÁ GENTE NO MUNDO? ENTÃO SOU SÓ EU QUE SOU VIL E ERRÔNEO NESTA TERRA? 

Sem mais nem menos, de repente te encontrei em mim e percebo o quanto amigos somos, o quanto próximo, o quanto erramos pequenos e grandes textos sem sentido e com sentindo até vergonha.

Momentos isolados e clandestinos de falsidade para salvar uma frase e verbos sinceros para provocar sorrisos verbalmente cuspidos das nossas bocas e mentes trazidos a esse plano, que revelavam as angústias da vida. FERNANDO PESSOA. Você lá na consagração de um grande escritor em sua casa eterna e que deu o título de sua moradia de “O eu profundo e os outros eus ”. 

Nota do autor: — “O Livro é o melhor amigo do homem, não late não precisa de ração e quando você está puto da vida ele não se mete e fica quietinho na estante”. (Disse um amigo, outro, não o Fernando). 

Manaoos Aristides