quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

A sociedade do espetáculo nos limites do inferno



Sem dúvida, o nosso tempo prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser. 

"Esse tempo considera que a ilusão é sagrada e a verdade é profana. E mais: Aos olhos desse tempo, o sagrado aumenta à medida que a Verdade decresce e a Ilusão cresce. 

O cúmulo da ilusão fica sendo então, o cúmulo do sagrado.

Que tempos são esses?

Relatos da mídia adquirem de imediato ou depois de terem sido repetidos de três a quatro vezes, o peso indiscutível de provas históricas seculares. De acordo com as "autoridades legendárias" do espetáculo do dia, estranhas personagens eliminadas no silêncio reaparecem. O retorno deles sempre poderá ser evocado por um mero "dizem" dos especialistas. 

E, esses mortos, que não foram enterrados de modo convencional pelo espetáculo, ou pela 'civilização do espetáculo', como diria Mário Vargas Llosa, encontram-se em algum lugar entre o *Aqueronte e o Lete (rios que delimitam o inferno) e parecem estar adormecidos à espera de que os despertem. Todos eles: o pirata que voltou do mar e o ladrão que já não tem necessidade de roubar...

Todo 'especialista' serve a seu senhor. E só dessa forma são reconhecidos como especialistas. Assim, está organizada a sociedade midiática atual. O especialista que mais serve é aquele que mente. Quem tem necessidade de especialista, seja qual for o motivo, é o falsificador e o ignorante. Quando o indivíduo não consegue reconhecer nada sozinho, ele vai ser tranquilizado pelo 'especialista'. Isso não é novo. Só não percebe quem não quer. 

Deixo aqui uma frase de Guy Debord (1997):

“Nunca a tirania das imagens e a submissão alienante ao império da mídia foram tão fortes como agora. Nunca os profissionais do espetáculo tiveram tanto poder: invadiram todas as fronteiras e conquistaram todos os domínios – da arte à economia, da vida cotidiana à política -, passando a organizar de forma consciente e sistemática o império da passividade moderna.”

Segue aí."

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Fonte: Márcia Regina (Facebook)

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