A escalada da violência no Oriente Médio e o grito pela paz: o mundo em xeque após ataque de Israel ao Irã
Por Ronald Stresser | Especial para o Sulpost| © Agência de Notícias da republica Islâmica |
Na madrugada de sexta-feira, 13 de junho de 2025, o céu sobre Teerã foi cortado por explosões. Aviões israelenses atingiram instalações militares e nucleares no Irã, reacendendo uma tensão que já fervia abaixo da superfície há décadas.
O impacto físico foi imediato: prédios destruídos, vidas interrompidas, famílias em desespero. Mas os ecos do ataque ultrapassaram fronteiras e despertaram o mundo para uma nova e perigosa escalada.
Ao fundo do barulho das bombas, ouvia-se outro som — o da diplomacia correndo contra o tempo, tentando conter o avanço de uma possível catástrofe global.
Um ataque que encerrou o diálogo
Israel justificou o bombardeio dizendo que o Irã mantém um programa nuclear com fins bélicos. Alegou agir em legítima defesa diante da ameaça existencial de uma possível bomba atômica nas mãos do regime iraniano. O Irã, por sua vez, nega qualquer intenção de fabricar armas nucleares, alegando que sua tecnologia atômica é voltada à produção de energia e pesquisa médica.
Mas a verdade completa é mais turva. Há mais de duas décadas, o Irã é acusado — com e sem provas — de tentar desenvolver a bomba. Se publicamente ainda não a possui, muitos analistas acreditam que o país possa já ter capacidade técnica para montar um dispositivo nuclear, mesmo sem declarar possuir um. Essa possibilidade, não confirmada oficialmente, assombra o cenário geopolítico global como uma sombra densa e silenciosa.
A reação do mundo
Imediatamente após os ataques, várias nações ao redor do mundo se posicionaram. E os mapas diplomáticos se revelaram mais uma vez fragmentados.
O Brasil foi um dos primeiros a se manifestar. Em nota oficial, o governo classificou o ataque como “uma grave violação do direito internacional e da soberania do Irã”, reafirmando seu compromisso com a paz, o multilateralismo e a resolução pacífica dos conflitos. Em sintonia, China e Rússia também condenaram duramente a ação israelense, alertando para o risco de uma guerra de proporções incontroláveis.
“A China se opõe a ações que aumentem tensões e ampliem os conflitos”, disse o porta-voz do governo chinês, Lin Jian. O Kremlin foi além: chamou o ataque de "cínico", especialmente por ocorrer em meio a esforços diplomáticos entre Teerã e Washington. Para Moscou, os Estados Unidos e seus aliados são corresponsáveis por “alimentar a histeria” contra o Irã e minar os canais diplomáticos.
A Liga Árabe também se posicionou fortemente contra o bombardeio, alertando para o risco real de que a região mergulhe num novo ciclo de guerra. A Índia, o Reino Unido e a União Europeia, embora não tenham condenado o ataque, pediram “contenção” e “diplomacia urgente”. Um apelo que, embora bem-intencionado, pode soar tímido diante da gravidade da situação.
Por outro lado, França e Estados Unidos prestaram apoio a Israel. O presidente norte-americano Donald Trump foi direto e provocativo: “Eles foram atingidos com força. E há mais por vir”. Palavras que soam como gasolina despejada sobre brasas já incandescentes.
Risco nuclear real
O ponto mais sensível da crise não está apenas nas bombas que caíram, mas na bomba que pode estar por vir. O Irã, apesar de negar reiteradamente a intenção de construir armas nucleares, tem sido investigado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) por supostas violações em seu programa.
E embora ainda seja formalmente signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), cresce a suspeita — não confirmada, mas temida — de que Teerã possa já ter alcançado a capacidade técnica de fabricar o artefato atômico.
Se isso for verdade, o mundo está perigosamente próximo de uma nova era de dissuasão nuclear no Oriente Médio, com Israel, que nunca reconheceu oficialmente seu arsenal, e Irã, que pode estar prestes a se tornar uma potência nuclear informal.
Diplomacia ou destruição?
Em meio ao fogo cruzado, o mundo observa em silêncio e em pânico. O que está em jogo não é apenas a disputa entre dois países — é a segurança global, a confiança no direito internacional e a esperança de que a razão ainda possa prevalecer sobre o ódio.
O Brasil, ao se posicionar firmemente pela paz e contra o ataque, reafirma seu papel histórico de mediador e defensor do diálogo entre os povos. Mas precisa ir além da nota oficial. O momento exige ação coordenada entre as nações que ainda acreditam que a guerra não é inevitável.
A paz é sempre o melhor caminho. E, talvez agora, seja o único caminho possível para evitar que o mundo acorde sob o flash de uma explosão nuclear.
Fonte: Agência Brasil, Agência de Notícias da República Islâmica, Ministério das Relações Exteriores da China, Kremlin, declarações oficiais do governo dos EUA, União Europeia, Liga Árabe. Edição: Ronald Stresser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário